O drama A Família Savage, de Tamara Jenkins, tira o melhor partido do entrosamento entre os dois atores principais, Laura Linney e Philip Seymour Hoffman. O filme, indicado ao Oscar nas categorias roteiro original e atriz, estréia em São Paulo nesta sexta-feira, 28. Veja também: Trailer de 'A Família Savage' Trailer de 'Jumper' Trailer de 'Partículas Elementares' Wendy (Linney) e Jon Savage (Hoffman, de Capote) são irmãos que vivem há anos afastados, embora sua área de interesse profissional seja o teatro. Repentinamente, eles têm que se reaproximar, quando seu pai, Lenny (Philip Bosco), passa a sofrer de demência vascular. A segunda mulher de Lenny morreu e os filhos dela recusam-se a cuidar dele, que é seu padrasto há 20 anos. Nesse momento, Wendy e Jon são chamados a uma responsabilidade para a qual não se sentem muito à vontade. Acontece que Lenny foi um pai abusivo, não deixando boas lembranças para Wendy e Jon. Há muitos anos os dois criaram uma nova vida longe dele. A mãe também partiu há muito, formando uma nova família. Jon e Wendy têm, portanto, que resolver o que fazer com esse estranho que faz parte de suas vidas e cujo reencontro abre aquele doloroso arquivo afetivo que eles gostariam de manter fechado. Na situação, porém, não há como se esquivar. Os dois levam Lenny para Nova York, arrumando-lhe uma vaga numa casa de repouso. Enquanto isso, os irmãos moram juntos, depois de um longo tempo longe um do outro. É dessa convivência complicada que o filme extrai seu melhor material. Jon e Wendy exploram novas fronteiras, reconhecem-se e são capazes de trocas. Por mais duro que seja, há comunicação aqui e também afeto. A família Savage, afinal, não é nem muito disfuncional, nem muito bizarra. É bem mais comum do que parece. E a renovação dos destinos destes dois irmãos é muito serena e gradual, tornando o filme bem agradável de assistir.
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