A Substância, filme estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley, está indicado ao Oscar 2025 em cinco categorias, incluindo Melhor Filme. A premiação ocorre neste domingo, 2 de março, em Los Angeles.
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Indicações ao Oscar 2025
A Substância concorre em Melhor Filme, Melhor Atriz (Demi Moore), Melhor Direção (Coralie Fargeat), Melhor Roteiro Original e Melhor Maquiagem e Cabelo.
Outros prêmios
Ao longo da temporada de premiações, o filme teve 274 indicações no total e 128 vitórias até agora. De todas vitórias, 27 são atribuídas a Demi Moore, entre elas o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical, em janeiro, e o prêmio de Melhor Atriz no Critics Choice Awards e no SAG Awards, em fevereiro. O filme ainda levou Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2024 e Melhor Roteiro Original no Critics Choice.
Sobre o que é
A história acompanha Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma atriz de 50 anos que é demitida no seu aniversário por ser ‘velha’ demais para o programa de ginástica que apresenta na TV. Ela entra em uma crise, bate o carro, e, ao parar no hospital, conhece a Substância, uma droga que promete torná-la “a melhor versão de si mesma”, mais jovem e mais bonita.
A Substância também mescla referências do horror, como Frankstein, O Retrato de Dorian Gray, Médico e o Monstro, e a clássicos do cinema, como 2001 - Uma Odisseia no Espaço, O Iluminado, A Mosca e Psicose.
Elenco
Demi Moore divide cena com a jovem Margaret Qualley, que dá vida a Sue, a versão ‘melhorada’ de Elisabeth. A atriz de 30 anos está ganhando cada vez mais espaço em Hollywood e consegue manter o mesmo nível de atuação de Demi Moore no longa. Ela é conhecida também por seus papéis nos filmes Era Uma Vez em Hollywood, Tipos de Gentileza e na minissérie Maid.
Destaque também para Dennis Quaid, que interpreta Harvey, o diretor sexista da emissora que demite Elisabeth. O nome é uma clara referência a Harvey Weinstein, ex-produtor todo poderoso de Hollywood condenado por crimes sexuais. O roteiro e a direção são da francesa Coralie Fargeat.
Entrevistas
Aos 61 anos, Demi Moore contou em algumas entrevistas que entende o sofrimento de sua personagem, já que foi objetificada e teve vários problemas com o corpo ao longo da carreira. Para provar seu ponto, a atriz entregou a cópia de sua biografia pra diretora de A Substância - e, assim, conseguiu o papel.
Em uma era em que se usa muito CGI para filmes, Coralie Fargeat optou por muitos efeitos práticos nas cenas. Em entrevista à revista Variety, a diretora explicou que usou muitas próteses e truques de maquiagem para que os personagens fossem mais realistas e grotescos.
“Foi emocional e fisicamente desgastante todos os dias – todos os dias. Até mesmo as cenas mais simples", revelou Demi Moore ao New York Times. Leia a entrevista traduzida aqui.
Margaret Qualley, que faz a versão jovem de Demi Moore no filme, revelou os efeitos negativos do uso das próteses durante uma participação no podcast Happy Sad Confused, apresentado por Josh Horowitz. Qualley disse que sua pele ficou tão danificada nas filmagens que imagens do seu rosto foram cortadas de algumas cenas.
Críticas
“Filme chocante e provocativo, A Substância sabe causar desconforto ao falar sobre essa máquina de moer atrizes que é Hollywood. Assim como essa máquina não sabe parar, Fargeat também não sabe – ou, melhor, não quer. É um filme sem limites e sem escrúpulos, finalmente falando do jeito certo sobre o que precisa, e deve, ser dito”, avaliou Matheus Mans, do Estadão. LEIA A CRÍTICA AQUI.
Já na opinião do crítico Luiz Zanin, também do Estadão, Coralie Fargeat testa os limites do público muito além do suportável. “Até desabar num final piegas, mas dotado de certa beleza, é verdade, alusão à inevitável finitude e de como tudo - a glória, a juventude, a beleza - é enfim varrido como lixo, mesmo que concentrado na efígie desbotada da calçada da fama. Sic transit gloria mundi - dizem os cristãos. Tudo é transitório. Mais ainda filmes feitos para “causar”, e nada mais.” LEIA A CRÍTICA AQUI.
Polêmicas
A pressão estética que as mulheres sofrem não é uma novidade, mas no auge do uso de canetas emagrecedoras como Ozempic e de procedimentos estéticos para sempre ser ‘jovem’, a produção mexe em uma ferida com um olhar feminista e com uma crítica bem explícita e atual.
A Substância também dá uma nova cara para o gênero body horror, conhecido por cenas explícitas beirando ao grotesco. Esse gênero vem crescendo na França e é conhecido ‘new french extremity’ (novo extremismo francês), mas costuma não ser bem visto entre votantes mais antigos do Oscar e chocou parte do público.
Onde assistir
A Substância está disponível na MUBI e também na Apple TV para aluguel (R$ 14,90) ou compra (R$ 59,90).
