‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar: Quem escolhe o filme indicado pelo Brasil à premiação?

Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais faz parte do processo de seleção; saiba como funciona a disputa

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Por Julia Sabbaga
Atualização:

Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles com Fernanda Torres que arrancou elogios no Festival de Veneza, foi anunciado como o filme selecionado para representar o Brasil no Oscar 2025. O processo de escolha acontece todo ano - no ano passado, o selecionado foi Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho - mas foram poucas as vezes em que o País chegou a ganhar uma posição na lista final de cinco filmes internacionais indicados na cerimônia.

Fernanda Torres em 'Ainda Estou Aqui', filme de Walter Salles selecionado para representar o Brasil no Oscar de 2025 Foto: Alile Onawale/Divulgação

A última vez que o Brasil teve uma indicação de melhor filme internacional no Oscar foi, inclusive, com o filme do próprio Walter Salles, Central do Brasil, em 1999. Antes dele, foram três filmes que chegaram na reta final: O Que é Isso, Companheiro?, em 1998, O Quatrilho, de 1996, e O Pagador de Promessas, de 1963. Até hoje, o Brasil nunca venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Quem escolhe o filme que representa o Brasil no Oscar?

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Todos os países do mundo (exceto os Estados Unidos, anfitrião da cerimônia) são convidados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS), a instituição por trás do Oscar, para enviar filmes elegíveis a uma indicação.

Os critérios de elegibilidade são: ele precisa ter sido produzido, majoritariamente, no país de origem; ter sido exibido nos cinemas até 30 de setembro do ano anterior à cerimônia; não ter sido exibido em streaming ou na TV antes do lançamento comercial em salas de cinema; e, finalmente, ter sido selecionado por uma organização composta por pessoas da indústria cinematográfica local.

Central do Brasil, último representante brasileiro que chegou à lista final de indicados ao Oscar de melhor filme internacional Foto: VideoFilmes/Divulgação

No Brasil, esta instituição é a Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais - mais precisamente, o seu comitê de seleção. Ele é composto por 25 membros, 21 escolhidos por votação entre os integrantes da organização, e 4 escolhidos pela diretoria, visando diversidade. Este comitê fica responsável por assistir todas as obras elegíveis que se inscreveram no processo seletivo, aberto no site oficial para que as produtoras possam enviar seus candidatos.

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Depois de uma primeira análise de todos os inscritos, a Academia Brasileira tradicionalmente divulga um segundo turno, com seis títulos, até que eventualmente anuncia o filme escolhido para representar o País na Academia lá fora. Em 2024, foram 12 inscritos habilitados a concorrer à vaga.

Outros filmes selecionados nos últimos anos pelo Brasil incluem Marte Um, de Gabriel Martins, Deserto Particular, de Aly Muritiba, e Bingo: O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende. Em 2008, o Brasil teve o último filme que passou pela seleção inicial da Academia, ganhando o termo de pré-indicado: O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, no entanto, não chegou à reta final.

A 97ª edição do Oscar acontece em 2 de março de 2025.

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