Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, é um dos dez longas-metragens que concorre ao prêmio máximo do Oscar, o de Melhor Filme. A premiação ocorre neste domingo, 2 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o filme brasileiro disputando ainda outras duas categorias.
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Indicações de ‘Ainda Estou Aqui′ ao Oscar 2025
Além de Melhor Filme, Ainda Estou Aqui disputa as categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz com Fernanda Torres.
Outros prêmios
A jornada de Ainda Estou Aqui nas premiações internacionais começou no Festival de Cinema de Veneza, onde venceu a categoria de Melhor Roteiro, feito por Murilo Hauser e Heitor Lorega. Lá, também levou o SIGNIS Awards e o Green Drop Award, que reconhecem o valor social e ambiental do filme.
Depois, recebeu diversos prêmios em festivais de cinema menores nos Estados Unidos e Europa, incluindo o Prêmio do Público do Festival Internacional de Cinema de Roterdã (Holanda) e o de Melhor Longa-Metragem Internacional (FIPRESCI) no Festival de Cinema de Palm Springs (EUA). Nos Prêmios Goya, da Espanha, venceu como Melhor Filme Ibero-Americano.
Uma das grandes surpresas veio com a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama, a primeira vez que uma brasileira recebeu o prêmio. Ela conquistou a mesma categoria no Satellite Awards e recebeu um Virtuosos Award ao lado de outros atores premiados ao longa da temporada no Festival Internacional de Cinema de Santa Bárbara (EUA).
Sobre o que é Ainda Estou Aqui?
Ainda Estou Aqui é baseado no livro de mesmo nome do escritor Marcelo Rubens Paiva, que escreveu a obra para a contar a vida de sua mãe, Eunice. Ambientado na ditadura militar brasileira, o filme aborda a história real do desaparecimento e morte do engenheiro civil e ex-deputado Rubens Paiva em 1971, no Rio de Janeiro.
Após Rubens ser levado por militares, Eunice e uma de suas filhas, de 15 anos, são levadas para prestar depoimento. Mesmo abalada pelo trauma e pelo luto, Eunice busca entender o paradeiro do marido e cria forças para criar os cinco filhos em meio à opressão do regime sem que eles entendem o que aconteceu com o pai.
Elenco
O elenco de Ainda Estou Aqui é liderado por Fernanda Torres, que vive Eunice Paiva, e Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva. A mãe de Torres, Fernanda Montenegro, faz uma aparição no final do longa como uma versão mais velha de Eunice, já sofrendo com a doença de Alzheimer.
Os filhos da família Paiva são interpretados por Valentina Herszage (Vera), Bárbara Luz (Nalu), Luiza Kosovski (Eliana), Cora Mora (Babiu) e Guilherme Silveira (Marcelo). Apareceram também como versões mais velhas dos filhos Olívia Torres, Antônio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha.
Também participam do filme Maeve Jinkings, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Camila Márdila, Daniel Dantas, Charles Fricks, Carla Ribas, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Thelmo Fernandes, Helena Albergaria, Luana Nastas, Isadora Ruppert, Pri Helena, Felipe Barreto e Lourinelson Vladimir.
Entrevistas
Quando o filme chegou aos cinemas brasileiros, em novembro, Fernanda Torres e Selton Mello concederam uma entrevista ao Estadão e comentaram os bastidores do filme. “Compor essa mulher foi muito complexo. Essa mistura de uma mulher tão feminina e, ao mesmo tempo, tão firme”, disse a atriz na ocasião. Leia aqui a entrevista.
Mais recentemente, Rodrigo Teixeira, um dos produtores de Ainda Estou Aqui, participou do podcast Dois Pontos, do Estadão. Na ocasião, ele revelou diversas informações sobre os bastidores do filme, inclusive desmentindo a informação de que ele teria custado só US$ 1,35 milhão.
Além disso, ele também revelou que grandes diretores, como Alfonso Cuarón, Olivier Assayas e até Martin Scorsese, elogiaram o filme. “Eu sei que o Scorsese escreveu um e-mail maravilhoso sobre o filme para o Walter, um e-mail de diretor para diretor”, disse. Assista ao podcast aqui.
Críticas
Ainda Estou Aqui foi muito bem recebido pela crítica brasileira e internacional desde sua estreia em Veneza. Na ocasião, o portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil” e a revista Variety classificou o filme como “profundamente comovente”. Lembre aqui as críticas da época.
A crítica do Estadão, feito por Luiz Zanin Oricchio, avaliou que o longa “costura com êxito e delicadeza drama íntimo e tragédia coletiva”. “Sem deixar de ser incisivo (pelo contrário), elimina os perfis heroicos e as atrocidades, como a tortura, em outros filmes tratada em registro de naturalismo cru. Opta pela discrição, sempre, e pela alusão em lugar do confronto direto. Assim fazendo, talvez consiga, como se diz hoje, furar a bolha e atingir públicos maiores, menos interessados em obras ostensivamente políticas, porém sensíveis a dramas familiares”, escreveu o crítico.
Onde assistir
Ainda Estou Aqui está em cartaz nos cinemas. Primeira produção original Globoplay, o filme deve chegar ao streaming nos próximos meses.
