O funeral do ator francês Alain Delon foi realizado neste sábado, 24, na cidade de Douchy, onde ele morava. O corpo foi enterrado em uma cripta em sua propriedade, respeitando a vontade do astro, informaram fontes oficiais e do seu entorno.
“Foi um pedido dele”, disse à AFP Di Falco, ex-bispo da cidade de Gap e nome conhecido da Igreja Católica francesa.
A cerimônia começou às 17h (12h de Brasília) em Douchy, onde o ator morava e morreu no último domingo, 18, aos 88 anos.
O desejo de Delon era ser enterrado em sua propriedade, La Brulerie, perto de seus cães, um tipo de sepultamento que exige uma autorização especial, que o ator de O Leopardo havia solicitado, segundo fontes da Prefeitura.
Uma fonte que acompanha a organização do funeral informou à AFP que a autorização foi concedida à família. Delon também havia solicitado que apenas as pessoas mais próximas a ele comparecessem ao funeral, sem qualquer tipo de homenagem nacional.
O ator morreu ao lado dos três filhos, Anthony, Anouchka e Alain-Fabien, que disseram estar “comovidos com o fervor e afeto mostrados na França e em todo mundo”.
A prefeitura proibiu qualquer tipo de voo sobre La Brulerie até a noite da última quarta-feira, para não perturbar a tranquilidade da família, que pediu respeito à privacidade ao anunciar a morte do ator.
O prefeito de Douchy-Montcorbon, que fica 140 km ao sul de Paris, declarou à AFP que a cerimônia poderia acontecer na igreja local, desde que não haja aglomeração. “A igreja é pequena e seria complicado ter pessoas do lado de fora”, explicou.
Cão precisará de um novo lar
Delon também expressou o desejo de ser acompanhado por seu cachorro Loubo, um pastor belga malinois.
Mas o cão não sofreu eutanásia, informou na terça-feira a fundação de proteção dos animais fundada pela ex-atriz Brigitte Bardot, que era amiga de Delon.
Os filhos de ator de O Samurai concordaram em deixar o cachorro vivo, em coordenação com a fundação, que terá a missão de encontrar uma nova família para Loubo.
Embora os três filhos de Delon tenham anunciado a morte do pai em um comunicado conjunto, as divergências entre eles são notórias, incluindo demandas diferentes nos últimos meses de vida do ator.
O monsenhor Di Falco foi um dos religiosos que celebrou o funeral do ex-presidente Valéry Giscard d’Estaing em 2020.
D’Estaing também conseguiu autorização, rara na França, para ser enterrado em uma propriedade privada.
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