DOUCHY, FRANÇA - Depois de passar uma vida sob os holofotes, o lendário ator francês Alain Delon recebeu neste sábado, 24, o último adeus de familiares e amigos na mais estrita intimidade da capela privada de sua propriedade em Douchy, no centro da França.
O funeral do ícone do cinema francês começou na tarde deste sábado, informaram seus três filhos, Anthony, Anouchka e Alain Fabien à AFP. Cerca de 50 pessoas, próximas ao clã Delon, foram convidadas.
Entre os convidados estavam Rosalie van Breemen, ex-mulher do ator e mãe de Anouchka e Alain Fabien, bem como as atrizes francesas Nicole Calfan e Géraldine Danon (afilhada do ator) e Paul Belmondo, filho do antigo rival e amigo de Delon no cinema, Jean Paul Belmondo.
Claudia Cardinale, 86 anos, não compareceu devido a uma “grande tristeza”, segundo o agente da atriz. Ela foi parceira de Delon em O Leopardo, de Luchino Visconti, em 1963.
Por motivos de confidencialidade, os celulares dos presentes foram recolhidos e, a pedido da família, as autoridades proibiram o sobrevoo da propriedade durante todo o fim de semana.
A cerimônia fúnebre foi realizada a portas fechadas, longe das câmeras, na capela localizada no coração da propriedade em Douchy, que Alain Delon adquiriu em 1971.
Os fãs também se despediram do ator. Centenas deles se reuniram em frente à propriedade, deixando mensagens e flores.
Horas antes da cerimônia, dois filhos do ator, Anthony e Alain Fabien, saíram para agradecer aos admiradores pela presença, saindo sob aplausos.
“Foi muito impressionante vê-los”, disse Maxime Ducharme, de 28 anos, à AFP. “Meus pais transmitiram essa paixão por Delon para mim. Eu tinha que estar lá”, disse.
O ator definiu há anos os detalhes de seu funeral. A cerimônia foi celebrada por Jean Michel Di Falco, ex-bispo da cidade de Gap, de 82 anos.
Seguindo seus desejos, o ator foi enterrado em sua propriedade, próximo de seus cães, um procedimento “excepcional” que requereu uma autorização.
“Um tributo nacional não era a vontade dele, que desejava ser enterrado como Frederico II da Prússia no castelo de Potsdam com seus cães”, explicou no sábado na rádio Europe 1 o apresentador de rádio e televisão Stéphane Bern.
Alain Delon dizia que não tinha medo da morte
“Não temo absolutamente a morte”, havia declarado à revista Paris Match em 2011 o ator, estrela de filmes como O Leopardo e Borsalino. A revista republicou após seu falecimento uma foto de 2011 na qual ele aparece próximo ao túmulo onde planejava descansar, na capela que mandou construir.
Adorado muito além da França, Alain Delon, uma das lendas da história do cinema, morreu no domingo, 18, aos 88 anos, cercado por seus três filhos.
“Estamos profundamente comovidos e emocionados pelo fervor e afeto demonstrado por seu público tanto na França quanto no mundo”, declararam na quarta-feira em uma mensagem conjunta transmitida à AFP.
Durante toda a semana, centenas de pessoas, algumas vindas de longe, aproximaram-se para assinar o livro de condolências, deixar flores ou simplesmente celebrar ao ator em frente à sua propriedade.
Comerciantes, vizinhos e autoridades locais viveram os últimos dias ao ritmo das homenagens. “Estou sobrecarregada. O telefone não para de tocar desde domingo e alguns admiradores vieram de muito longe para comprar uma rosa”, contou a florista da vila, Agnès Bourgoin.
Nos últimos dias, duas amigas vieram ajudá-la a preparar “as centenas de pedidos” feitos para o funeral.
Numerosos jornalistas se encontravam no local, além de fãs e curiosos.
É possível que se organize uma missa pública em setembro, mas “por enquanto nada está previsto”, assegurou à AFP Anthony Delon.
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