Atores não brancos vão ganhar os quatro prêmios de atuação do Oscar este ano?

Muitos feitos históricos podem ocorrer na cerimônia deste ano, especialmente se os vencedores do SAG Awards repetirem a dose. Aqui estão alguns recordes que podem ser quebrados

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Por Kyle Buchanan
Atualização:

Cinco anos depois das críticas consecutivas com a hashtag #OscarsSoWhite chamarem a atenção para a falta de diversidade na temporada de premiações, o Oscar estaria prestes a realizar um realizar um feito histórico e dar todos os prêmios de atuação para atores não brancos?

Chadwick Boseman, morto em 2020, e Viola Davisforam premiados por 'A Voz Suprema do Blues' Foto: David Lee/Netflix

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Não há garantias neste ano incomum, mas agora há um precedente: no domingo, o SAG Awards, prêmio do sindicato dos atores, deu seus troféus de melhor atriz e ator para as estrelas de A Voz Suprema do Blues, Viola Davis e Chadwick Boseman, enquanto os prêmios de melhor ator e atriz coadjuvante foram para Daniel Kaluuya (Judas e o Messias Negro) e Yuh-Jung Youn (Minari).

Se as mesmas pessoas triunfarem no Oscar - e na última década, o quarteto vencedor do SAG conseguiu a façanha na metade das vezes -, este será o primeiro ano na história da premiação em que atores não brancos terão triunfado em todas as quatro disputas de atuação.

Mas mesmo que esse recorde não aconteça, o terreno está preparado para outros. A lista de indicados por atuação já é a mais diversa de todos os tempos. Setenta mulheres foram indicadas em 23 categorias, um recorde. A mistura eclética entre novatos e veteranos deste ano praticamente garante feitos históricos na 93ª cerimônia do Oscar no dia 25 de abril e, até lá, aqui estão algumas das conquistas em potencial que ficarei de olho.

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Daniel Kaluuya foi premiado como ator coadjuvante pelo papel de Fred Hampton em 'Judas e o Messias Negro' Foto: Warner Bros. Pictures

Melhor Filme e Melhor Diretor

Até onde pode ir Chloé Zhao? A diretora de Nomadland já se tornou a mulher mais indicada em um único ano, e se ela levar todas as quatro categorias para as quais está indicada - edição, roteiro adaptado, direção e fotografia -, irá se tornar a mulher mais premiada em uma única cerimônia do Oscar.

Mesmo apenas algumas dessas vitórias fariam história. Chloé é a primeira mulher não branca a ser indicada na categoria de direção e pode se tornar a segunda mulher a vencê-la, juntando-se a Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror). Ela enfrenta a diretora de Bela Vingança, Emerald Fennell, a primeira mulher a ser indicada nesta categoria por um filme de estreia. Apenas cinco mulheres foram indicadas para a categoria antes, e esta é a primeira vez que temos duas no mesmo ano.

E se Chloé e Emerald ganharem nas categorias de roteiro - Emerald, a vencedora do WGA Awards, o prêmio do sindicato dos roteiristas, é indicada por seu roteiro original -, isso marcará a primeira vez que ambas as categorias de roteiro premiaram uma mulher no mesmo ano.

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A Netflix finalmente conseguirá uma vitória na categoria de melhor filme? Os 7 de Chicago acabou de levar o principal prêmio do SAG, um feito que nenhum serviço de streaming jamais conquistou. Em um ano em que a maioria das pessoas assistiu aos filmes em casa, uma vitória de uma plataforma de streaming seria apropriada. Mesmo assim, apesar de todos os avanços conseguidos com o Oscar (Roma quase ganhou o prêmio de melhor filme dois anos atrás e o drama de época Mank recebeu o maior número de indicações este ano), aquele troféu de melhor filme permanece tentadoramente fora de alcance.

Melhor Ator e Melhor Atriz

A vitória de Chadwick Boseman de melhor ator por sua atuação em A Voz Suprema do Blues é tão garantida que você seria perdoado por esquecer o quão raro é um Oscar póstumo. Boseman é apenas o oitavo ator a ser indicado após sua morte, e apenas dois já venceram: Heath Ledger por Batman: O Cavaleiro das Trevas e Peter Finch por Rede de Intrigas. Ambos já haviam sido indicados, então Boseman está prestes a se tornar o primeiro ator a ganhar um Oscar póstumo e na única vez em que esteve na disputa.

No caso improvável de o Oscar de melhor ator ir para outra pessoa, ainda há muita história a ser feita. Anthony Hopkins (Meu Pai) se tornaria o homem mais velho a ganhar nesta categoria e, aos 83 anos, ele já é o mais velho de todos os tempos a ser indicado como melhor ator. A estrela de O Som do Silêncio, Riz Ahmed, é o primeiro muçulmano a ser indicado para o prêmio de melhor ator, e o patriarca de Minari, Steven Yeun, é o primeiro asiático-americano; se um dos dois vencer, isso tornará seus avanços culturais ainda mais ressonantes.

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A inclusão de Viola Davis e Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) na disputa pelo prêmio de melhor atriz representa apenas a segunda vez na história do Oscar que a categoria contou com mais de uma concorrente negra. A última vez foi em 1973, quando Cicely Tyson foi indicada por Lágrimas de Esperança e Diana Ross por O Ocaso de uma Estrela (e como Andra, Diana também interpretou Billie Holiday). Se Viola ganhar este ano, ela se tornará a segunda atriz negra, depois de Halle Berry, a conquistar esta categoria.

A vitória dupla de Viola e Boseman também tornaria A Voz Suprema do Blues o oitavo filme a levar os dois principais Oscars de atuação - um feito não alcançado desde Melhor é Impossível de 1997 - e o primeiro a conseguir isso sem ser indicado como melhor filme. Essa desfeita parece especialmente chocante agora, já que o filme está bem cotado para outras duas categorias, ambas as quais também fariam história: Mia Neal e Jamika Wilson podem se tornar as primeiras mulheres negras a ganhar o Oscar de cabelo e maquiagem, enquanto a figurinista Ann Roth, 89 anos, está prestes a se tornar a mulher mais velha a ganhar um Oscar.

Melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante

Nunca antes a disputa entre atores coadjuvantes contou com três indicados negros no mesmo ano, nem dois indicados negros do mesmo filme (Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield de Judas e o Messias Negro). A terceira indicação é da estrela de Uma Noite em Miami, Leslie Odom Jr. O filme também disputa o prêmio por melhor canção, uma dobradinha outrora rara que aconteceu nos últimos quatro anos, com Cynthia Erivo por Harriet, Lady Gaga por Nasce uma Estrela e Mary J. Blige por Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi completando a lista.

Falando em vitória dobradinhas, Olivia Colman ganhou o prêmio de melhor atriz há apenas dois anos por A Favorita, e se ela ganhar uma estatueta por Meu Pai (ela está concorrendo a melhor atriz coadjuvante), irá se tornar uma das atrizes a ganhar dois Oscars mais rapidamente. Apenas Katharine Hepburn e Luise Rainer conseguiram o feito com um menor intervalo de tempo, com vitórias consecutivas. Se o Oscar de atriz coadjuvante for para Yuh-Jung Youn, ela seria a primeira atriz coreana a ganhar um Oscar.

Youn Yuh-jung concorre por sua atuação em 'Minari' Foto: SAG Awards/Reuters

E há Glenn Close, indicada como atriz coadjuvante por Era uma Vez um Sonho. Glenn já é a única atriz a receber sete indicações sem ganhar nenhuma delas, e se perder novamente este ano, ela vai empatar com o recorde de Peter O'Toole de oito indicações sem vitória por atuação. (O'Toole recebeu um Oscar honorário em 2002, quando ele era mais jovem do que Glenn é agora, com 74 anos.)

O mais próximo que Glenn chegou de ganhar foi provavelmente há dois anos com A Esposa, quando perdeu o Oscar de melhor atriz para ... bem, Olivia Colman. E Glenn quase foi forçada a enfrentar outro fantasma do Oscar no ano passado, quando Jodie Foster ganhou o Globo de Ouro de atriz coadjuvante por The Mauritanian e quase entrou na lista de indicados ao Oscar também: em 1989, foi a atuação de Jodie em O Silêncio dos Inocentes que venceu e não a de Glenn em Ligações Perigosas.

TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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