Difícil não lembrar de Chris Pratt quando pensamos em filmes futuristas com robôs, alienígenas ou répteis gigantes. Ele é o rosto principal de franquias como Guardiões da Galáxia, A Guerra do Amanhã e Jurassic World, onde encarna o papel de galã boa praça e que precisa enfrentar criaturas (ou máquinas) de outro mundo. E do filme The Electric State, aposta parruda da Netflix que estreia nesta sexta-feira, 14.

Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo, de Vingadores: Ultimato, o longa é uma distopia sobre um mundo que, sob as ordens de Ethan Skate (Stanley Tucci), baniu robôs para uma zona de exclusão. Algumas pessoas, porém, quebram essa regra de não ter contato com máquinas e agem nas sombras. É o caso de Keats (Pratt) e Michelle (Millie Bobby Brown). Ele tem as máquinas como amigas e como parceiras em sua rotina como mercenário, enquanto ela tenta salvar seu irmão, que teve a consciência aprisionada dentro de um robô.
Para contar essa história, a plataforma de streaming abriu os cofres: The Electric State é a produção mais cara da Netflix, superando O Irlandês (cerca de US$ 250 milhões), e custando impressionantes US$ 320 milhões.
É, também, um dos orçamentos de filmes mais caros de todos os tempos. Fica logo abaixo de títulos como Vingadores: Guerra Infinita (cerca de US$ 325 milhões) e Indiana Jones e a Relíquia do Destino (cerca de US$ 380 milhões).
Pratt, porém, diz que foi o roteiro que lhe atraiu para o projeto – além, claro, da promessa de um grande filme. “Tenho uma longa e ótima relação com os irmãos Russo e com a equipe criativa deles. [...] Eles realmente sabem como comandar uma produção de forma eficiente”, diz o ator, ao Estadão.
“É uma história original, mas com o orçamento de um grande filme da Marvel ou de Jurassic World. Achei que seria uma oportunidade incrível de me envolver em algo novo. O roteiro me tocou profundamente, achei poderoso, com temas incríveis. Foi realmente um acerto em cheio. Foi muito fácil dizer sim a essa oportunidade”, completou o ator.
Guerra com os robôs
No filme, as máquinas soam como vítimas injustiçadas, expurgadas da sociedade sem grandes razões. A relação com robôs, em tempos de inteligência artificial e máquinas substituindo humanos, entra em discussão. Como Chris Pratt ele vê essa questão? Elas são aliadas?
“As possibilidades da IA e dos robôs são infinitas. Não tenho muito medo, mas também não passo muito tempo pensando nisso. Se pensasse, talvez ficasse preocupado”, diz.

“Já vi O Exterminador do Futuro, conheço a Skynet. Não quero que aquilo aconteça. A tecnologia, quando avança, tem potencial tanto para o bem quanto pro mal – assim como as pessoas. O que define isso não é a tecnologia em si, mas sim em quais mãos ela está. Por exemplo, ela pode ser usada para coisas incríveis, como cirurgias assistidas, avanços na ciência e revoluções na indústria. É fascinante e, ao mesmo tempo, assustador”, completa.
Filme para ser visto no streaming em tela grande
Em sua carreira, Chris Pratt fez poucos filmes direcionados para o streaming – recentemente, além de The Electric State, apenas A Guerra do Amanhã, do Prime Video.
O astro acredita que o cenário está mudando. Não apenas com mais atores entrando em produções com a finalidade de serem assistidas em casa, e não na telona, mas também com orçamentos gigantescos como o de seu novo filme. “Os limites estão sempre evoluindo e mudando constantemente. Nos últimos 10 anos, vimos uma mudança monumental na indústria com a ascensão do streaming como um novo meio”, afirma.
Segundo ele, seja para os cinemas ou para a televisão, fazer filmes é contar histórias e que isso deve ser o foco – com mais tempo de produção e orçamento, claro. “A televisão está se transformando. As séries de TV agora têm qualidade de produção digna de cinema. E estamos vendo grandes produções como essa – ficção científica, aventura familiar – que antes eram reservadas para a tela grande, sendo feitas para o streaming”, comenta.
Na prática, Pratt também vê pouca, ou quase nenhuma, diferença em fazer filmes para o streaming e para as telonas. “Não vejo diferença, sinceramente. Na execução do filme, tudo parece igual. Se não fosse por essa pergunta, nem pensaria nisso”, diz ele, alfinetando.

Para assistir, no entanto, ele sugere “a maior tela possível”.
“Sei que a vantagem dos streamings é que você pode assistir no celular ou no tablet. E esse filme funciona assim, porque a história é envolvente. Mas a experiência é sempre melhor em uma tela grande. A trilha sonora é linda, os visuais são impressionantes. Se puder assistir em uma tela maior, sem dúvida será ainda melhor”, diz ele.
Millie Bobby Brown no Brasil
Para promover o The Electric State no Brasil, a Netflix traz a atriz Millie Bobby Brown e os diretores Joe e Anthony Russo para um evento com fãs nesta sexta-feira, 14.