A partir de 25 de abril, o Cinema do IMS, em São Paulo, apresenta a mostra Demarcação das telas e revolução das imagens: celebrando a produção audiovisual indígena no Brasil. A retrospectiva se debruça sobre as últimas décadas de produção cinematográfica de autoria e coautoria indígena no País.
Com curadoria de Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold, serão apresentados 30 filmes dirigidos ou codirigidos por cineastas indígenas de todas as regiões do país. Logo após a primeira sessão Cinema indígena e meio ambiente, um debate vai receber os curadores da mostra logo após a sessão, no cineteatro do IMS Paulista, no dia 25 de abril, às 19h30.
O objetivo da retrospectiva é reforçar a importância política, social, econômica e estética do cinema para os povos indígenas, apresentando uma extensa variedade de linguagens, divididas em seis eixos temáticos: Imagens-espírito, Resistência política, Meio ambiente, Animações, Linguagens artísticas e Clássicos.
“Atualmente, cerca de 90% das comunidades indígenas brasileiras possuem seu próprio cineasta. Esses artistas transformaram suas comunidades em poderosos centros de produção de imagens, e ocuparam uma posição importante no intercâmbio da produção simbólica, fortalecendo significativamente uma cadeia produtiva com diversas possibilidades de formação e atuação”, comentam os curadores da mostra.
Entre os títulos apresentados, estão Zawxiperkwer Ka’a - Guardiões da floresta (2019), de Jocy Guajajara e Milson Guajajara, ATL - Acampamento Terra Livre (2017), de Edgar Kanaykõ Xakriabá, Kaapora - O chamado das matas (2020), de Olinda Muniz Wanderley, e Yarang Mamin (2019), de Kamatxi Ikpeng, que trazem uma perspectiva da importância do audiovisual como ferramenta para a luta política, a proteção do território, a reivindicação de direitos e a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente.
Outros destaques são os clássicos do cinema indígena brasileiro realizados nas décadas de 1990 e 2000, como Wapté Mnhõnõ - A iniciação do jovem Xavante (1999), de Divino Tserewahú, e Shomõtsi (2001), de Wewito Piyãko, além de produções contemporâneas e mais recentes, como Tamuia (2021), de Denilson Baniwa, e Karaiw a’e wà (2022), de Zahy Tentehar.
Também serão exibidos trabalhos que ressaltam a apropriação das linguagens técnicas dos filmes de animação como exemplos do acionamento das culturas visuais indígenas, que dialogam com um público ainda mais abrangente.
De acordo com os curadores, a ideia foi “priorizar a diversidade temática, territorial, de deslocamentos e pertencimentos das obras selecionadas”
Confira abaixo a programação completa da mostra Demarcação das telas e revolução das imagens:
25/4/2023, terça
19h30 - Cinema indígena e meio ambiente: Kaapora - O chamado das matas + Yarang Mamin + Sonho de fogo + Amne adji papere mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20
Exibição seguida de debate com os curadores Graci Guarani, Takumã Kuikuro e Christian Fischgold
26/4/2023, quarta
18h45 - Cinema indígena e resistência política 1: Os espíritos só entendem nosso idioma + Ava Yvy Vera - A terra do povo do raio
20h - Cinema indígena e resistência política 2: Zahy - Fábula do Maracanã + Zawxiperkwer Ka’a - Guardiões da Floresta + ATL - Acampamento Terra Livre
27/4/2023, quinta
18h15 - Clássicos 1: Marangmotxíngmo Mi¨rang: das crianc¸as Ikpeng para o mundo + Shomõtsi
20h - Clássicos 2: Wapté Mnhõnõ – A iniciação do jovem Xavante
28/4/2023, sexta
19h - Imagens espírito 1: Ooni + O que me leva não é mercadoria de bolso + Teko Haxy - Ser imperfeita
20h15 - Imagens espírito 2: Yãmi~yhex: as mulheres-espírito
29/4/2023, sábado
16h - Clássicos 3: Bicicletas de Nhanderú + Ma Ê Dami Xina: já me transformei em imagem
18h - Cinema indígena e linguagens artísticas: Jayankiri + O verbo se fez carne + Tamuia + Lithipokoroda + Yãy tu nunãhã payexop: encontro de pajés + Karaiw a’e wà
30/4/2023, domingo
16h - Cinema indígena e animações: Kanau’kyba + A festa dos encantados + Konãgxeka: o dilúvio Maxakali + Mãtãnâg, a encantada + Ga vi: a voz do barro + Amazônia sem garimpo
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