Com curadoria de César Turim, da Cinemateca Brasileira, começa nesta quinta, 19, na Sala Grande Otelo da instituição, a mostra Nordestern. O chamado bangue-bangue brasileiro ganhou projeção internacional quando, em 1953, O Cangaceiro, de Lima Barreto, venceu o prêmio de melhor filme de aventuras no Festival de Cannes. Rodado no interior de São Paulo, numa região áspera que simulava o sertão nordestino, O Cangaceiro não apenas estabeleceu um modelo narrativo, com personagens arquetípicos, como foi o maior sucesso de público da empresa Vera Cruz. A mostra resgata títulos que fizeram história. Serão 16 filmes, até o sábado, 28.
Em 1960, filmando em locações no Ceará, Carlos Coimbra realizou o primeiro nordestern em cores, A Morte Comanda o Cangaço. Mais oito anos e Glauber Rocha venceu o prêmio de direção em Cannes por O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro. Em 1964, também Cannes, Glauber e Nelson Pereira dos Santos haviam feito o lançamento mundial do Cinema Novo, estabelecendo os fundamentos da chamada estética da fome com Deus e o Dabo na Terra do Sol e Vidas Secas. No livro da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, Coimbra contou o impacto que lhe produziu, quando buscava locações, a imagem de um grupo de jagunços com suas vestimentas de coro, avançando pela estrada.
Coimbra nunca teve a intenção de cosmetizar a fome. Quis colocar na tela a beleza que tanto o impressionara. Com seu diretor de fotografia, Tony Rabatoni, e utilizando rebatedores de luz, estava indo na contramão do que seria a fotografia crua, em preto e branco, dos primeiros clássicos do Cinema Novo. Com O Dragão da Maldade, o próprio Glauber utilizou a cor. Com o diretor Affonso Beato, criou momentos icônicos - Odete Lara, com aquele vestido roxo, avançando para a câmera com o buquê de flores coloridas nos braços.
Nos anos 1930, um mascate libanês chamado Benjamin Abrahão foi pioneiro ao filmar o bando do notório Virgulino Ferreira, o Lampião, mostrando seu grupo em atividades cotidianas muito diferentes da crueldade que a mídia da época imputava aos cangaceiros. Registros anteriores ao dele terminaram por perder-se. Cerca de 60 anos mais tarde, Lírio Ferreira e Paulo Caldas ficcionalizaram a relação de Abrahão com Lampião em Baile Perfumado. Embora não seja tudo aquilo que seus entusiastas proclamam, o filme tem uma vibração toda particular, graças à trilha de Chico Science, incorporando o mangue-beat ao cangaço.
Entre ação e reflexão, a mostra resgata o curta Memória do Cangaço, de Paulo Gil Soares, com depoimentos de remanescentes da era do cangaço - o filme é de 1964 -, incluindo o matador de cangaceiros conhecido como Coronel Rufino. Memória do Cangaço integrou com Viramundo, de Geraldo Sarno, o filme em esquetes Brasil Verdade. Sarno retornou ao cangaço em 2019, coletando a memória do ataque do bando de Jesuíno à cidade de Sertânia, que dá nome ao filme. A mostra incorpora filmes que debatem o papel da mulher - Corisco e Dadá, de Rosemberg Cariry, A Mulher no Cangaço, de Hermano Penna. No sábado, 28, Maria do Rosário Caetano, Walnice Nogueira Galvão e Paulo Caldas participarão de uma mesa sobre o tema. E tudo começa nesta quinta com Bacurau, de Kleber Mendonça Filho, incluindo debate com o diretor, após a projeção - às 18 h -, sobre a filiação de seu filme premiado em Cannes na tradição do western à brasileira.
Programação
Quinta-feira, 19 de janeiro
16h - Debate “Bacurau e o gênero Nordestern”
Kléber Mendonça Filho - Diretor, produtor, roteirista e crítico de cinema. Seu filme Bacurau, codirigido por Juliano Dornelles, conquistou o prêmio do júri no Festival e Cannes em 2019.
Luiz Felipe Miranda - Jornalista e pesquisador, autor do livro “Dicionário de Cineastas Brasileiros” (1990), coorganizador da “Enciclopédia do Cinema Brasileiro” (2000) e co-autor do livro “Cangaço: o Nordestern no cinema brasileiro”.
18h - BACURAU
Brasil | França, 2019, 133 min, cor, dcp, 16 anos
Direção: Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles
Elenco: Sonia Braga, Udo Kier, Bárbara Colen, Thomás Aquino, Silvero Pereira, Wilson Rabelo, Carlos Francisco, Karine Teles
Sinopse: Num futuro próximo, Bacurau, um povoado do sertão de Pernambuco, some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?
Comentários: Sucesso de público e crítica, Bacurau recebeu entre outros, o prêmio do júri na competição oficial do Festival de Cannes em 2019.
Sexta-feira, 20 de janeiro
18h - O CANGACEIRO
Brasil, 1997, 120 min, 35 mm, 12 anos
Direção: Aníbal Massaini Neto
Elenco: Alexandre Paternost, Paulo Gorgulho, Luíza Tomé, Ingra Lyberato, Lamartine Ferreira
Sinopse: Em meio à luta com as tropas organizadas por voluntários em busca de defesa de seus vilarejos, o conflito entre dois cangaceiros por causa de uma professora raptada a quem um deles pretende libertar por amor.
Comentários: Remake de O cangaceiro, de Lima Barreto.
20h - CORISCO E DADÁ
Brasil, 1996, 101 min, 16mm, 14 anos
Direção: Rosenberg Cariry
Elenco: Chico Díaz, Dira Paes, Bárbara Cariry, Antônio Leite
Sinopse: O capitão Corisco, cognominado de Diabo Loiro, é reputado por sua crueldade, valentia e beleza. Corisco rapta Dadá quando esta tinha 12 anos, condenando-a à difícil vida do cangaço. A partir daí, a vida do cangaceiro transforma-se por completo. Ele é um condenado de Deus, cujo destino é lavar com sangue os pecados do mundo. Dadá, que a princípio o odiava, vê o companheirismo, entre lutas e dificuldades, transformar-se em amor. É o amor de Dadá que humaniza Corisco e determina sua nova história. A história de um amor impossível, uma visão trágica e fascinante do homem e do sertão.
Comentários: Por sua atuação neste filme, Chico Diaz recebeu o Kikito de melhor atuação masculina na competitiva de Gramado e Dira Paes levou o Candango de melhor atriz no 29º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além destes dois emblemáticos festivais, Corisco e Dadá participou também do Festival de Toronto e do de Havana.
Sábado, 21 de janeiro
17h - LAMPEÃO
Direção: Benjamin Abrahão
Brasil, 1936, digital, 11 min, 12 anos
Elenco: Virgulino Ferreira da Silva, Maria Bonita, Verônica, Ezequiel Ponto Fino, Benjamin Abrahão, Mergulhão, Pancada, Virgínio, Durvinha
Sinopse: Cenas da vida cotidiana de Virgulino Ferreira da Silva - o chefe cangaceiro Lampião - e seu grupo, captadas pelo cinegrafista Benjamin Abrahão. As formas de sobrevivência na paisagem do sertão, os gestos, os hábitos, as vestimentas, a alimentação. Orgulhosos de sua condição, alguns membros do grupo aparecem ostentando suas armas e suas habilidades de combate na caatinga. Maria Bonita e Lampião surgem em instantes de descontração, ressaltando a harmonia interna do grupo.
Comentários: O imigrante libanês e almocreve Benjamin Abrahão decidiu se tornar cinegrafista para poder registrar imagens de Lampião e de seu bando que, em sua visão, eram muito diferentes do banditismo cruel perpetuado pela mídia. Nessa empreitada, realizou um filme de grande valor histórico que revela momentos de tranquilidade e intimidade do grupo.
BAILE PERFUMADO
Brasil, 1996, 93 min, cor/p&b, 16 anos
Direção: Paulo Caldas, Lírio Ferreira
Elenco: Duda Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Aramis Trinidade, Chico Díaz, Joffre Soares, Cláudio Mamberti, Germano Haiut, Manoel Constantino, Giovanna Gold, Johnny Hooker, Daniela Mastroianni
Sinopse: O jovem libanês Benjamin Abrahão, homem de confiança de Padre Cícero, parte de Juazeiro, na década de 1930, em busca de recursos para realizar um velho sonho: filmar Lampião e seu bando. Para isso, recorre as pessoas influentes, especialmente um coronel amigo do cangaceiro, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo.
Comentários: O filme é um marco de virada na linguagem cinematográfica pernambucana e acompanha a retomada do cinema brasileiro no final da década de 1990. Imagens de Super 8 são misturadas com imagens de vídeo, criando uma estética que transita entre o cinema novo e os filmes de ação hollywoodianos. Combinando tradição e modernidade, a obra apresenta uma releitura do cangaço a partir de fatos verídicos: o encontro entre Benjamin Abrahão e Lampião. Trabalhando com imagens reais feitas por Abrahão, para o filme Lampeão (1936), é adicionada à obra um tom documental. Baile Perfumado teve público aproximado de 80 mil espectadores, além de ter sido exibido em festivais como Cannes, Havana, Toronto, Líbano e São Francisco. Foi premiado como melhor filme no Festival de Brasília de 1996.
19h - O HOMEM QUE VIROU SUCO
Brasil, 1980, 97 min, 16 anos
Direção: João Batista de Andrade
Elenco: José Dumont, Aldo Bueno, Rafael de Carvalho, Ruthinéa de Moraes, Denoy de Oliveira, Dominguinhos, Ruth Escobar, Vital Farias
Sinopse: Deraldo, poeta popular recém-chegado do Nordeste a São Paulo, é confundido com o operário que matara o patrão. Perseguido, Deraldo tenta trabalhar na metrópole: construção civil, serviços domésticos, Metrô. Acuado e rebelde, tenta encontrar o verdadeiro assassino. Na busca, defronta-se com o meio operário: as indústrias mecânicas, a greve, a repressão.
Comentários: Filme bastante premiado nacional e internacionalmente, com destaque para a medalha de ouro no Festival Internacional de Moscou de 1981. Apresentando uma visão crítica do êxodo rural,a obra inclui em sua linguagem e enredo as influências da literatura de cordel e do repente.
Domingo, 22 de janeiro
16h - A MULHER NO CANGAÇO
Brasil, 1976, 36 min, cor/p&b, livre
Direção: Hermano Penna
Elenco: Dadá, Maria Bonita, Cila, Adilia
Sinopse: Documentário sobre algumas das mais de 50 mulheres que estiveram no cangaço. Destaque para Dadá, Cila e Adilia. Dadá relembra o dia em que foi raptada por Corisco. Cila conta que teve que doar o filho, cujo parto foi feito por Maria Bonita, pois não dava para criar um bebê devido a peregrinação do bando pelas caatingas e sertões. Adilia conta que encontrou na companhia do marido, Canário, a liberdade que o pai lhe negava.
Comentários: Produzido para o Globo Repórter em 1976, o filme aborda, de maneira pioneira, a presença das mulheres no cangaço. Com depoimentos e imagens de arquivo reveladoras, a obra apresenta uma análise histórico-política das fases do movimento do cangaço, incluindo a entrada das mulheres nos bandos. “Menos vaidosas que os homens, as mulheres não eram responsáveis pela cozinha, não sofriam violências, produziam as festas, as danças, os enfeites, o lúdico e às vezes lutavam ombro a ombro com os homens, superando situações-limite (gravidez, ciclos menstruais), nos duros afazeres da campana que envolvia a travessia sertões, a sede e a fome” - Documento Globo Repórter.
CANTA MARIA
Brasil, 2006, 95 min,
Direção: Francisco Ramalho Jr
Elenco: Vanessa Giácomo, José Wilker, Ravi Ramos Lacerda, Edward Boggis, Eliete Cigarini, Francisco Carvalho, Marco Ricca
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Em 1930, o nordeste brasileiro está em guerra. Tropas do exército perseguem os cangaceiros e uma mulher vive nesse fogo cruzado: Maria.
18h20 - O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO
Brasil, 1969, 95 min, 35mm, cor, 14 anos
Direção: Glauber Rocha
Elenco: Maurício do Valle, Odete Lara, Othon Bastos, Hugo Carvana, Joffre Soares, Lorival Pariz, Rosa Maria Penna, Emmanuel Cavalcanti
Sinopse: Antônio das Mortes é contratado por um coronel para exterminar um bando de cangaceiros. No caminho, cruza com desmandos de jagunços e coronéis, e se vê cara a cara com as dificuldades enfrentadas pelos sertanejos.
Comentários: Vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes e 1969, é o primeiro filme colorido de Glauber Rocha, fotografado por Affonso Beato. Rodado na cidade de Milagres, na Bahia (mesma cidade onde foi filmado Os fuzis, de Ruy Guerra), o filme retoma personagens e tipos de Deus e o diabo na terra do sol, outro longa de Glauber. Aqui, a teatralidade, a literatura de cordel e a religiosidade popular são conjuradas para expor os dramas da vida no Nordeste.
Quinta-feira, 26 de janeiro
18h - MEMÓRIA DO CANGAÇO
Brasil, 1964, 26 min, 16mm, p&b, livre
Direção: Paulo Gil Soares
Elenco: Paulo Gil Soares, Estácio de Lima, Gregório, José Rufino, Leonício Pereira, Benevides, Antônio Isidoro, Ângelo Roque, Benício Alves dos Santos, Sérgia Ribeiro da Silva
Sinopse: Entrevistas com alguns sobreviventes da luta no sertão. Depoimentos do Cel. Rufino, matador confesso de 20 cangaceiros, e do cabo Leonício Pereira, que cortava as cabeças dos cangaceiros “para que fossem tiradas fotografias”. Sob uma ótica médica, o diretor do Museu de Antropologia da Bahia tenta explicar a predisposição criminal dos cangaceiros a partir de características físicas de seus integrantes. E os próprios cangaceiros explicam seus motivos para terem se juntado ao bando.
Comentários: Realizado no estilo documentário sociológico, em alta no Brasil no início da década de 60, o filme é uma das colaborações do diretor Paulo Gil Soares com o produtor Thomas Farkas sobre a cultura nordestina.
OS ÚLTIMOS CANGACEIROS
Brasil, 2012, 79 min, digital, 14 anos
Direção: Wolney Oliveira
Elenco: Durvinha, Moreno, Dulce
Sinopse: Durante mais de meio século, Durvinha e Moreno esconderam sua verdadeira identidade até dos próprios filhos, que cresceram acreditando que os pais se chamavam Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto, nomes falsos sob os quais haviam reconstruído suas vidas. Durvinha e Moreno fizeram parte do bando de Lampião, o mais controverso líder do cangaço. A verdade só é revelada quando Moreno, então com 95 anos, resolveu dividir com os filhos o peso das lembranças e reencontrar parentes vivos, entre eles seu primeiro filho.
Comentários: Considerado o último cangaceiro homem e um dos últimos integrantes do bando de Virgulino Ferreira (O Lampião), Moreno morreu aos 100 anos em 2010. Sua esposa, Durvinha, faleceu em 2008, aos 93 anos. O documentário conta ainda com personalidades que fizeram parte da história e ainda vivem, como a cangaceira Dulce, entrevistada no filme, com 92 anos.
20h - A MORTE COMANDA O CANGAÇO
Brasil, 1960, 108 min, cor, 14 anos
Direção: Carlos Coimbra
Elenco: Alberto Ruschel, Aurora Duarte, Milton Ribeiro, Maria Augusta Costa Leite, Gilberto Marques, Ruth de Souza
Sinopse: No interior do Ceará, em 1929, o camponês Raimundo Vieira tem sua fazenda atacada pelo bando do cangaceiro Silvério, a mando do Coronel Nesinho, padrinho do criminoso. Determinado a conseguir sua vingança, Vieira reúne alguns homens de confiança e sai à caça do bando para extinguir o cangaço com as próprias mãos.
Comentários: O filme introduziu no cinema de cangaço o uso de cores, com a fotografia marcante de Tony Rabatoni representando a geografia imponente do sertão nordestino.
Sexta-feira, 27 de janeiro
18h - MENINO DE ENGENHO
Brasil, 1965, 81 min, p&b, 35mm, livre
Direção: Walter Lima Jr.
Elenco: Geraldo Del Rey, Sávio Rolim, Rodolfo Arena, Anecy Rocha, Margarida Cardoso, Maria Lúcia Dahl, Antonio Pitanga, Maria de Fátima
Sinopse: 1920, na Paraíba. Ao ficar órfão, um menino passa a ser criado por seu avô e tios, ricos proprietários rurais, em um engenho de cana-de açúcar. Lá ele testemunha a chegada de um novo tempo, com o advento das modernas usinas de açúcar e as transformações econômicas e sociais em seu entorno.
Comentários: Adaptação do romance homônimo de José Lins do Rego, incluindo elementos de outras obras do escritor associadas ao chamado ciclo da cana-de-açúcar.
20h - SERTÂNIA
Brasil, 2019, p&b, 97 min, dcp
Direção: Geraldo Sarno
Sinopse: Quando o bando de Jesuíno invade a cidade de Sertânia, Antão é ferido, preso e morto. O filme projeta a mente febril e delirante de Antão, que rememora os acontecimentos.
Comentários: Exibido no Festival de Havana, na Mostra de Cinema de Tiradentes e no Festival Ecrã, o filme foi bem recepcionado pela crítica especializada, sendo um dos filmes brasileiros mais comentados de 2020. É o último filme do diretor Geraldo Sarno, que faleceu em 2022, vítima de COVID-19.
Sábado, 28 de janeiro
16h - A MULHER NO CANGAÇO
Brasil, 1976, 36 min, cor/p&b, livre
Direção: Hermano Penna
Elenco: Dadá, Maria Bonita, Cila, Adilia
Sinopse: Documentário sobre algumas das mais de 50 mulheres que estiveram no cangaço. Destaque para Dadá, Cila e Adilia. Dadá relembra o dia em que foi raptada por Corisco. Cila conta que teve que doar o filho, cujo parto foi feito por Maria Bonita, pois não dava para criar um bebê devido a peregrinação do bando pelas caatingas e sertões. Adilia conta que encontrou na companhia do marido, Canário, a liberdade que o pai lhe negava.
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