‘Coringa: Delírio a Dois’ nasceu de um sonho de Joaquin Phoenix, revela diretor à revista americana

Em entrevista à ‘Variety’, Todd Phillips revela detalhes da sequência de ‘Coringa’, filme que promete desafiar as convenções do famoso vilão em um musical

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Por Beatriz Nogueira

Todd Phillips assina a direção e roteiro de Coringa: Delírio a Dois, e em uma entrevista à Variety, contou que a sequência nasceu de uma visão onírica de Joaquin Phoenix, ator por traz do personagem, no qual o vilão Arthur Fleck se apresentava contando piadas e cantando.

Coringa Foto: Warner Bros/Divulgação

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Pouco antes de concluir as filmagens do primeiro Coringa, Phoenix reimaginou Fleck como um aspirante a comediante com dupla personalidade, que não estava pronto para deixar o personagem para trás. E uma noite, Phoenix sonhou com o homem por trás da maquiagem do Coringa se apresentando em um palco, contando piadas e cantando. “Acordei eufórico e liguei para Todd, esperando que ele quisesse fazer um show comigo”, relembra o ator.

O sonho de Phoenix rapidamente capturou a imaginação de Phillips, que, ao lado de seu co-roteirista Scott Silver, começou a planejar um retorno a Gotham City. Inicialmente, eles consideraram transformar a ideia em um show mais intimista, mas a pandemia mudou os planos. Ainda assim, o conceito de Arthur Fleck encontrando uma forma de expressão por meio da música permaneceu central na visão da dupla para a sequência.

Cinco anos depois, Coringa: Delírio a Dois está prestes a estrear no Festival de Cinema de Veneza, e Phillips admite que a jornada foi repleta de desafios e incertezas. “Por que fazer algo se não te assusta pra caramba?”, questiona o diretor. “Sou viciado em risco. Isso te mantém acordado à noite. Faz seu cabelo cair. Mas é o suor que te mantém em movimento”.

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A nova aposta de Phillips é audaciosa: em vez de seguir o caminho tradicional de uma batalha entre herói e vilão, o filme traz Arthur Fleck, agora acompanhado por Lady Gaga no papel de Harleen Quinzel, em um musical que mescla drama, comédia e uma dose de insanidade. “O objetivo deste filme é fazer com que pareça que foi feito por pessoas loucas”, comenta Phillips sobre sua abordagem.

Coringa foi uma proposta arriscada que deu certo, tornando-se um sucesso de bilheteria e rendendo a Phoenix um Oscar, mas Phillips se mostra pronto para virar a chave. “Foi divertido brincar nesse tipo de caixa de areia por dois filmes, mas acho que já dissemos o que queríamos dizer nesse mundo”.

Phillips é um dos diretores mais bem-sucedidos de Hollywood, sem histórico de filmes fracassados. Seus filmes antes de Coringa, consistiam principalmente em comédias com arrecadações bilionárias de bilheteria, como Se Beber, Não Case.

E apesar de sua imersão no universo dos quadrinhos também ser um sucesso, Phillips diz estar pronto para retornar aos tipos de filmes que lançaram sua carreira. “Eu adoraria continuar trabalhando com Joaquin, mas em uma comédia, porque ele pode ser descontraído e engraçado,” diz Phillips. “E eu acho que as pessoas realmente querem comédias agora. O trailer de Coringa 2 meio que resume as coisas quando diz: ‘O que o mundo precisa agora é de amor’. Mas eu iria além, também precisamos de uma boa risada”.

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Todd Phillips a direita, durante as gravações do primeiro Coringa Foto: Reprodução | Instagram @toddphillips

Um enredo que busca refletir sobre a cobertura da mídia sobre os escândalos e julgamentos

Coringa: Delírio a Dois se passa dois anos após o primeiro filme, que terminou com Arthur atirando em um apresentador de talk show ao vivo na televisão. Agora preso em um manicômio e enfrentando a pena de morte, ele conhece a paciente Harleen Lee Quinzel (Lady Gaga) e decide abandona suas medicações.

O enredo quer mostrar como o colapso de Arthur cativa Gotham. Ele queria examinar como a própria ideia de entretenimento mudou, uma analogia aos escândalo noticiados nas televisões. No filme, os acontecimentos com Arthur no tribunal se torna a maior atração das transmissão, atraindo multidões de fãs “furiosos”.

“Tudo foi corrompido”, diz Phillips. “Olhe para o recente debate presidencial: há um cronômetro e esses gráficos de gladiadores. Ou considere o julgamento de Johnny Depp e Amber Heard. Agora tudo é tratado como entretenimento, e há algo triste e perturbador nisso”.

O resultado é um musical sobre uma mente perturbada ficando ainda mais perigosa enquanto Coringa é julgado por cinco assassinatos.

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Assista ao trailer:

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