Um dos títulos mais discutidos da temporada de premiações, Emilia Pérez é o filme recordista de indicações ao Oscar 2025. A cerimônia ocorre neste domingo, 2 de março, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
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Indicações ao Oscar 2025
O musical recebeu 13 nomeações ao prêmio da Academia, sendo duas delas no mesmo quesito. Ele concorre em Melhor Filme, Melhor Atriz (Karla Sofía Gascón), Melhor Direção, Melhor Atriz Coadjuvante (Zoe Saldaña), Melhor Filme Internacional (França), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original (com El Mal e Mi Camino), Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhor Cabelo e Maquiagem e Melhor Montagem.
Outros prêmios
O filme francês chamou muita atenção ao longo de todo o ano de 2024, e passou meses acumulando diversos prêmios ao redor do mundo — segundo o IMDb, já são 106 vitórias antes mesmo do Oscar.
Vencedor do prêmio de Melhor Atriz (dividido entre Gascón, Saldaña, Selena Gomez e Adriana Paz) e do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o filme também ganhou Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Filme em Língua Não Inglesa no BAFTA e no Critics' Choice Awards, em que também foi campeão em Melhor Canção. No Globo de Ouro, levou Melhor Filme de Comédia ou Musical, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Filme em Língua Não Inglesa e Melhor Canção. Também venceu o Goya (Melhor Filme Europeu) e o SAG Awards (Melhor Atriz Coadjuvante).
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Qual é a história de ‘Emilia Perez’?
Emilia Pérez é um filme musical francês do diretor Jacques Audiard, e conta uma história que se passa no México. O principal concorrente de Ainda Estou Aqui conta a história de Rita (Saldaña), uma advogada de um grande escritório, insatisfeita com a carreira em uma firma mais interessada em acobertar crimes. Certo dia, ela recebe uma proposta inesperada: Manitas (Gascón), um líder de cartel, a contrata para ajudá-lo a se retirar do negócio e realizar um plano que vem preparando secretamente há anos: tornar-se a mulher que sempre sonhou ser.
Envolvida no processo, Rita aceita embarcar na jornada e ajudar Manitas a fazer a transição. Ao mesmo tempo, as duas enfrentam dilemas sobre identidade, poder e felicidade, enquanto Emilia tenta reestabelecer a conexão com a mulher, Jessi (Gomez), e os filhos.
Elenco
Jacques Audiard é diretor e roteirista do filme — o segundo crédito ele divide com Thomas Bidegain e Léa Mysius, com trama livremente adaptada do romance Ecoute, de Boris Razon.
O elenco tem Zoe Saldaña interpretando a advogada Rita, Karla Sofía Gascón no papel de Emilia Pérez, Selena Gomez como Jessi, Edgar Ramírez em participação menor como Gustavo Brun e Adriana Paz, única atriz mexicana do elenco principal, que interpreta Epifania.

Entrevistas
Karla Sofía Gascón e Jacques Audiard visitaram o Brasil em janeiro, para a campanha de divulgação de Emilia Pérez, e concederam uma série de entrevistas a respeito da recepção do filme e as indicações ao Oscar.
Ao Estadão, Karla Sofía e Audiard falaram sobre a recepção geral do filme, sobretudo no que concerne à representação mexicana e de pessoas trans. “Emilia Pérez é como uma caipirinha. Você não sabe se é amarga, doce, se tem gosto de limão, se tem gás ou não, é indescritível”, comparou a atriz. LEIA A ENTREVISTA AQUI.
Críticas
Inicialmente, Emilia Pérez vinha recebendo muitas críticas positivas, mas a recepção esfriou após a estreia do filme em circuitos comerciais e na Netflix, nos Estados Unidos e no Canadá. O Rotten Tomatoes, agregador de críticas, registra uma média de 72% de aprovação dos analistas especializados. Já no Metacritic, a nota do filme é 70.
Para o crítico Sérgio Rizzo, do Estadão, o rival de Ainda Estou Aqui causa estranheza e fascínio pois “decidiu correr riscos imensos sabendo que poderia facilmente naufragar na tentativa de combinar elementos díspares”. LEIA A CRÍTICA AQUI.
Polêmicas
O filme enfrenta fortes polêmicas desde muito antes de as declarações antigas de Karla Sofía Gascón virem à tona. Entidades ligadas à comunidade LGBT+ criticam a escolha do longa de usar a identidade transgênero da protagonista como uma espécie de arco de redenção para sua ligação com o cartel de drogas.
O GLAAD, uma organização estadunidense focada em promover histórias representativas de membros da comunidade LGBT+ na mídia, acredita que o filme não é uma boa representação trans. Em artigo publicado em novembro do ano passado, a ONG afirma que o filme representa um retrocesso, e que retratos não autênticos de pessoas transgênero são ofensivos e perigosos.
Além disso, a ausência de atores mexicanos em um filme que se passa no México — embora escrito por um francês e filmado em um estúdio na França — também virou um ponto de questão. A escolha de contar a história sob o viés da violência é rechaçada por mexicanos, que também criticam os estereótipos negativos promovidos pelo longa sobre o país.
Por fim, o fato de publicações antigas de Karla Sofía Gascón terem sido recuperadas também prejudicou ainda mais a imagem do filme. Em alguns posts resgatados nas redes sociais, a atriz critica a própria Academia do Oscar, e chega a tecer comentários racistas, islamofóbicos e xenofóbicos. Nas últimas semanas, ela se ausentou das campanhas de divulgação do filme, mas tudo indica que estará na cerimônia do Oscar.
Onde assistir
Emilia Pérez estreou no Brasil no dia 6 de fevereiro, e segue em cartaz nos cinemas brasileiros. Após o circuito comercial, o filme deve ficar disponível na Netflix, que distribuiu o longa nos Estados Unidos.