Estrelas de Hollywood como Amy Schumer, Julianne Moore e Mark Ruffalo assinaram uma carta publicada nesta segunda-feira, 13, pedindo que as produções de cinema e televisão representem o uso responsável de armas de fogo e limitem cenas com crianças armadas.
A carta aberta, escrita em resposta a recentes tiroteios em massa no Texas e Nova York, também foi assinada pelos produtores J.J. Abrams (Lost) e Shonda Rhimes (Bridgerton) e a diretora Kathleen Kennedy, da Lucasfilm.
“Atitudes culturais como fumar, dirigir bêbado, usar cinto de segurança e casamento igualitário evoluíram em grande parte devido à influência dos filmes e da televisão. É hora de trabalhar em relação à segurança das armas”, diz a carta divulgada pela Brady Campaign, uma organização sem fins lucrativos que defende o controle das armas.
“Não estamos pedindo que deixem de usar armas na tela. Pedimos aos roteiristas, diretores e produtores que sejam cuidadosos com o tema da violência armada, e com as melhores práticas para garantir o uso seguro das armas.”
Algumas das medidas sugeridas incluem mostrar os personagens acionando a trava de segurança de suas armas e discutir antes de começar a produção se há alternativas às armas de fogo sem “sacrificar a integridade da narrativa”.
A carta pede aos “colegas da comunidade criativa (...) que limitem algumas cenas com crianças e armas”, destacando que as armas de fogo recentemente ultrapassaram os acidentes de trânsito como principal causa de morte entre menores de idade nos Estados Unidos.
No mês passado, dez pessoas foram assassinadas em um atentado racista a um supermercado no estado de Nova York. Dez dias depois, 19 crianças e duas professoras foram mortas em um massacre em uma escola de Uvalde, Texas.
Cerca de 4.368 crianças e adolescentes americanos de até 19 anos morreram por armas de fogo em 2020, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
A carta aberta foi assinada por mais de 200 personalidades de Hollywood, incluindo Jimmy Kimmel, Judd Apatow, Bill Lawrence, Damon Lindelof e Adam McKay.
Ela aponta ainda que as armas “são fortemente representadas na televisão e nos filmes em todo lugar do mundo, mas só nos Estados Unidos há uma epidemia de violência armada”.
“A responsabilidade recai nas leis de armas de fogo frouxas apoiadas por políticos com mais medo de perder o poder do que preocupados em salvar vidas”, acrescenta o texto. “Não causamos o problema, mas queremos ajudar a solucioná-lo.”
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