PUBLICIDADE

EUA, com Tom Cruise, e Rússia disputam para enviar primeiro artista ao espaço

Russos escolhem a atriz Yulia Peressild enquanto americanos preparam um de seus maiores astros

PUBLICIDADE

Por Reuters

Rússia e Estados Unidos voltam a travar uma corrida espacial, dessa vez envolvendo o cinema. Os russos escolheram quatro pessoas para atuar como uma tripulação não-profissional e atores em um projeto que se desenha para ser o primeiro filme a ser gravado no espaço, anunciou a agência espacial russa Roscosmos nesta quinta-feira, 14. Já os americanos preparam a viagem de Tom Cruise para o espaço, com a mesma missão de gravar cenas para um longa. Alguns dos russos já estão com o lançamento marcado em uma espaçonave Soyuz MS-19 para o dia 5 de outubro, da base de Baikonur, em um voo para a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), que orbita ao redor da Terra a uma altitude de aproximadamente 354 quilômetros, de acordo com a Roscosmos e a Nasa. Outubro é a mesma data em que os americanos pretendem iniciar um projeto cinematográfico, capitaneado por Cruise, cuja viagem para a ISS está prevista para aquele mês. O ator viajaria ao lado do cineasta Doug Liman, que dirigiria as cenas gravadas no espaço.

O ator Tom Cruise no set de 'Missão Impossível 7', em Roma, na Itália, em outubro de 2020. Foto: Reuters/Yara Nardi

Segundo agências internacionais de notícias, Cruise já se prepara fisicamente para a aventura, que conta com o suporte da Nasa e de Elon Musk, proprietário da Space X, que prepara a cápsula espacial que conduzirá o ator e o cineasta. A dupla deverá ficar no espaço durante dez dias, a um custo de US$ 100 milhões, a metade do orçamento total do filme. Cruise é conhecido por protagonizar ele mesmo as cenas de ação de seus filmes, muitas deles envolvendo riscos. Já os russos anunciaram detalhes de seu projeto."Entre outras coisas, eles terão de passar por testes em centrífugas, testes vibracionais, passarão por voos introdutórios e de treinamento em um avião que simula a gravidade zero, e passarão também por treinamento para saltos de paraquedas", afirmou a Roscosmos. 

Yulia Peresild, atriz russa que será enviada para fazer o primeiro longa-metragem no espaço. Foto: Andrey Shelepin/ Russian Space Agency Roscosmos / AFP

O filme atualmente utiliza o título de trabalho de Challenge, e os quatro iniciarão os treinamentos para o voo espacial no final do mês, disse a agência. Após exames médicos e um processo de elenco, a Rússia escolheu a atriz Yulia Peresild, de 36 anos, e o ator e diretor Klim Shipenko, de 37, como parte da tripulação principal. A atriz Alena Mordovina, de 33, e o diretor de câmera Alexei Dudin, de 40, foram indicados para a tripulação reserva. O First Channel, que produzirá o filme em co-produção com a russa Yellow, Black and White, disse em comunicado que a seleção foi feita "com base em resultados médicos e critérios criativos". As gravações no espaço estão orçadas em US@ 27 milhões. O longa-metragem insere-se em um grande projeto científico e educativo, no qual está prevista a realização de uma série de documentários sobre empresas da indústria espacial e dos foguetes e os especialistas envolvidos na produção de lançamentos, naves espaciais e infraestrutura espacial terrestre.

O diretor russo Klim Shipenko, em coletiva de imprensa no Centro de Treinamento de Cosmonautas Gagarin, em Star City, perto de Moscou Foto: Andrey Shelepin/ Russian Space Agency Roscosmos / AFP

“O projeto se tornará uma prova clara de que o voo espacial está gradativamente se tornando acessível não só aos profissionais, mas também a um leque cada vez mais amplo de interessados. Além dos educacionais, uma série de questões serão resolvidas", disse o Primeiro Canal em seu comunicado. Em outubro de 2020, a Rússia enviou a última tripulação à Estação Espacial Internacional, levando consigo um membro norte-americano e marcando o fim de uma longa dependência dos Estados Unidos enquanto retoma sua própria capacidade de lançamento em uma iniciativa para reduzir os custos de enviar astronautas ao espaço.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.