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Fellini influenciou a linguagem ao criar vocabulário próprio, como ‘paparazzo’ e ‘doce viva’

Gênio do cinema italiano é celebrado na data de seu nascimento, em 20 de janeiro

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Por Redação
Atualização:

ANSA - A Itália celebra no próximo dia 20 de janeiro o aniversário de 103 anos do nascimento de Federico Fellini, um dos grandes nomes da história do cinema mundial e que faleceu em 31 de outubro de 1993.


O diretor Federico Fellini com os atores Marcello Mastrioanni e Sophia Loren Foto: Blake Sell/ Reuters


Em seus filmes, como Amarcord e A Doce Vida, o cineasta popularizou termos e palavras que fazem parte do cotidiano das pessoas, e não só na Itália. Confira abaixo alguns exemplos:

Felliniano

Essa palavra não tem apenas um significado literal (ou seja, algo relativo a Fellini), mas também remete às atmosferas oníricas, em muitos casos absurdas e grotescas, de seus filmes e à linha tênue entre o real e o fantástico. “Eu sonhava em me tornar adjetivo”, disse Fellini certa vez. O sonho se realizou não apenas em italiano, mas também em inglês (felliniesque), espanhol (felliniesco) e francês (fellinien).

Doce vida

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O célebre filme A Doce Vida foi lançado em 1960 e rapidamente se impôs no imaginário popular, um clássico que conquistou o público de todo o mundo. Essa obra, no entanto, também deixou marcas profundas do ponto de vista linguístico. O italianismo “la dolce vita” passou a fazer parte do vocabulário internacional como sinônimo de “vida mundana”, uma clara referência ao período de bem-estar e despreocupação vivido pela Itália ao longo dos anos 1950 e 1960. O filme também popularizou o termo “o dolcevita”, no masculino, para designar malhas de gola alta, tipo de vestimenta apreciado na vida real por Marcello Mastroianni, astro de A Doce Vida.



Paparazzo

Conhecido mundialmente por designar fotógrafos de celebridades, esse termo também foi popularizado por A Doce Vida. “Paparazzo” é o sobrenome de um dos personagens do filme, um fotógrafo profissional que vive à caça de escândalos dos famosos.


Cena do filme 'A Doce Vida', de Fellini, com Anita Ekberg e Marcello Mastroianni Foto: Cinecittà


Amarcord

Expressão do dialeto romagnolo (“a m’arcord”, ou, literalmente, “eu me lembro”) e título do filme mais autobiográfico de Fellini, esse neologismo é associado à memória nostálgica de tempos passados. O longa “Amarcord” retrata uma viagem onírica pelas lembranças do cineasta sobre sua cidade natal, Rimini.

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Bidone

Além do seu significado literal (lata de lixo), “bidone” também é um coloquialismo de uso comum na Itália para se referir a fraudes ou compromissos desrespeitados, popularizado pelo filme homônimo em 1955 - no Brasil, conhecido como A Trapaça.


Foto de 1952 com paparazzo que inspirou Federico Fellini em Doce Vida Foto: Reuters


Vitellone

Embora não seja particularmente conhecida atualmente, “vitellone” entrou no vocabulário italiano graças à influência de Fellini. Tirada do dialeto de Abruzzo, essa palavra se refere a um jovem preguiçoso, vaidoso e tolo. O primeiro filme de sucesso do cineasta se chama “I vitelloni”, ou, em português, Os Boas-vidas.


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