O filme The Post - A Guerra Secreta, de Steven Spielberg, tem recebido elogios por ser um lembrete oportuno sobre liberdade de imprensa, democracia, denúncias e mentiras dos governos.
Entretanto, seus produtores disseram que The Post também tem como objetivo fazer uma defesa do feminismo, que ressoa de maneira tão forte hoje como na década de 1970, em que o filme é ambientado.
O filme, que estreia nos cinemas norte-americano na sexta-feira, 22, dramatiza a batalha de jornais norte-americanos, liderados pelo The New York Times, para publicar os chamados “Papéis do Pentágono”. Os documentos vazados mostraram que sucessivos governos haviam aumentado secretamente o alcance da ação militar norte-americana no Vietnã, mesmo quando líderes dos EUA já haviam sido convencidos de que não seriam capazes de ganhar a guerra.
Entre aqueles na linha de frente desta batalha estava a editora do Washington Post Katharine Graham, interpretada por Meryl Streep, que apesar de ter mais de 50 anos na época, ainda estava lutando para se estabelecer em um mundo dominado por homens. Katharine havia assumido o cargo de editora após a morte de seu marido, Phil Graham.
Foi Katharine Graham que precisou dar a autorização para que o editor Ben Bradlee, interpretado por Tom Hanks, desafiasse uma ordem da Casa Branca, então comandada por Nixon, e arriscasse ser preso para publicar os “Papeis do Pentágono”.
A decisão afetou não apenas a família de Katharine, mas seu futuro na empresa e a maneira como ela mesma se via.
Streep, de 68 anos, que deve ser indicada ao Oscar pela 21ª vez no próximo mês, não teve dúvidas sobre a relevância do filme para mulheres que ainda estão lutando por igualdade no ambiente corporativo e até em Hollywood.
“Eu tento contar para mulheres jovens que não estavam vivas na época o quão diferente era muito recentemente, e ainda é naqueles círculos de liderança. Nós completamos a base da pirâmide mas...onde tudo é decidido, nós não temos paridade. Não estamos nem perto”, disse Streep.
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