O 80.º Festival de Cinema de Veneza entregou seus prêmios na tarde deste sábado, 9. O favorito Pobres Criaturas levou o Leão de Ouro de Melhor Filme.
Dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, o longa criou uma versão feminista de Frankenstein com Emma Stone.
Depois de uma competição atípica, com poucas estrelas, superou concorrentes como Green Border, filme militante para denunciar o destino de migrantes na fronteira entre Polônia e Belarus.
O júri presidido por Damien Chazelle (La La Land e Babylon) teve um total de 23 títulos à escolha.
Confira abaixo os filmes premiados do Festival de Veneza em 2023
Resistência ao impacto da greve
O Festival, em geral, resistiu ao impacto da greve de atores e roteiristas de Hollywood, com muitas estrelas americanas ausentes, mas com salas lotadas e uma competição artística acirrada.
Apenas os filmes independentes, fora do circuito dos grandes estúdios de Hollywood, obtiveram isenções especiais do poderoso sindicato SAG-AFTRA para permitir que os seus protagonistas fossem ao Lido promover os filmes.
Adam Driver conseguiu promover Ferrari, um filme biográfico do lendário piloto e construtor de automóveis italiano.
Sofia Coppola também pôde apresentar pessoalmente Priscilla, a sua biografia da esposa de Elvis Presley, acompanhada pelos seus dois principais protagonistas, Cailee Spaeny e Jacob Elordi.
Mas outras ausências foram marcantes, como Maestro, cinebiografia do compositor americano Leonard Bernstein dirigida e interpretada por Bradley Cooper.
Cooper não compareceu a Veneza e sua ausência permitiu-lhe dar quase todo o destaque da promoção à filha mais velha de Bernstein, Jamie.
Emma Stone, surpreendente em seu papel de mulher ressuscitada por um cirurgião excêntrico, também não compareceu para promover Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos.
O filme é espetacular e tem cenários suntuosos e, mesmo que não ganhe prêmio, pode abrir caminho para um novo Oscar para sua protagonista, segundo a crítica.
A diretora polonesa Agnieszka Holland, por outro lado, não precisou de estrelas internacionais para fazer sucesso com seu filme Green Border, um trabalho conjunto com atores sírios e afegãos refugiados na Europa.
Ao longo de 2h30, em preto e branco, o filme narra com dureza a espera angustiante dos candidatos a asilo na terra de ninguém entre Belarus, cujo regime os usa como peões para pressionar a União Europeia, e a Polônia, cujo governo não está disposto a consentir um caos migratório.
A polêmica política ajudou a esquecer rapidamente os filmes de três diretores veteranos, Woody Allen, Roman Polanski e Luc Besson, que participaram do festival apesar dos escândalos sexuais que se arrastam há anos.
* Com informações da agência AFP.
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