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Festival de Veneza homenageia Jean-Paul Belmondo por seus 50 anos de carreira

Ator se mostrou muito feliz e honrado por estar em Veneza

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Por Redação
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O veterano ator francês Jean-Paul Belmondo, premiado nesta quinta-feira em Veneza com um Leão de Ouro pelo conjunto de sua carreira, assegurou, em uma lição de otimismo, que sempre olha "adiante".

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Belmondo, com 83 anos e fisicamente debilitado após o acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2001, chegou para a coletiva de imprensa apoiado por duas pessoas. Com a respiração ainda irregular, se mostrou "muito feliz e honrado por estar em Veneza".

"Quando eu era jovem, vinha a Roma e buscava a Cinecittà (os estúdios de cinema da capital italiana). Quando voltei a Paris, Vittorio de Sica me chamou e disse 'vou fazer um filme com Sofia Loren'. Esse filme foi La Ciociara'", relembrou o ator. Com esse primeiro filme na Itália em 1960 e depois La Viaccia de Mauro Bolognini, em 1961, Belmondo se fez celébre no país.

Belmondo, com 83 anos e fisicamente debilitado após o acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2001 Foto: Claudio Onorati/EFE

"Vim várias vezes a Veneza. Gostei quando a sobrevoei a cidade pendurado em um helicóptero" durante o filme Le Guignolo, recordou. "Depois atuei com Gina Lollobrigida, Claudia Cardinale... e é por isso que sempre gostei do cinema italiano", brincou.

O ator dos 130 milhões de espectadores também falou sobre sua amizade com Alain Delon, de quem foi rival nas bilheterias nos anos setenta e oitenta.

Os dois símbolos do cinema francês atuaram juntos em Borsalino, de Jacques Deray (1970). "Sou amigo de Alain Delon e os amigos são para sempre", assegurou Belmondo. Questionado sobre sua carreira excepcional, tanto em filmes artísticos como comerciais, afirmou "divertir-se em ambos". "É como a vida, um dia rimos, no outro choramos".

Acompanhado pela atriz Sophie Marceau, por seu filho Paulo - diretor de um documentário sobre seu pai - e por seu amigo e ator Charles Gérard, Belmondo recebeu o prêmio ovacionado de pé por toda a sala do Palácio do Cinema.

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"Jean-Paul Belmondo é uma estrela popular, um ator completo, multifacetário, produtor de cinema, diretor de teatro e também o patriarca de uma bela grande família", declarou Marceau.

"'L'Incorrigible, Borsalino, Pierrot le fou, L'Homme de Rio... todos nos fizeram sonhar", acrescentou sua companheira nas telonas em Joyeuses Pâques, de George Lautner (1984)

"Me lembro quando me pegou em seus braços e também lembro de Claudia Cardinale, Sofia Loren, Ursula Andress, Jean Seberg, Anna Karina, Françoise Dorléac, Catherine Deneuve, Annie Girardot, Emmanuelle Riva.. porque mesmo usando batina, fazia todas caírem por você", concluiu Sophie Marceau.

Ator emblemático da Nouvelle Vague, mas também policial ou meliante do cinema francês, Jean-Paul Belmondo competiu em duas ocasiões em Veneza, por Léon Morin, prêtre, de Jean-Pierre Melville (1961), e Pierrot le fou, de Jean-Luc Godard (1965). Recebeu uma homenagem especial no Festival de Cannes, em 2011.

Perguntado por suas intenções em termos de cinema, Belmondo declarou: "Já fiz tudo o que queria fazer. Agora apenas sol, mar...", concluiu.