Começa na quinta-feira, 9, o 14ª Festival Varilux de Cinema Francês. Até o dia 22 de novembro, mais de 400 sessões serão realizadas em todo o País com os 22 títulos do catálogo, boa parte inédita em território nacional. Trata-se do maior circuito de filmes em língua francesa fora da França.
Mais de 50 cidades receberão a programação do Festival Varilux. Em São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente, as delegações artísticas estarão presentes para sessões especiais. “Assumimos o desafio de levar o cinema francês ao maior número possível de cinemas e cidades”, disse o curador Christian Boudier ao Estadão.
“É um evento para convencer o público a voltar às salas”,
completa o diretor.
De acordo com Christian, há uma “carência enorme de diversidade” quanto à origem geográfica dos filmes exibidos no circuito tradicional, dominado pelo cinema americano. O público brasileiro, no entanto, já demonstrou que “está com vontade de ver outras coisas, de descobrir outros universos e regiões”.
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O Festival Varilux, segundo o curador, se insere nesse contexto e “já demonstrou que funciona”, a constar pelo recorde de público na edição de 2019, quando superou os 190 mil espectadores. Houve a pandemia e o cenário, desde então, é de retomada da ocupação nas salas. No ano passado, foram 77 mil espectadores; neste ano, diz o curador, a expectativa é superar a marca dos 100 mil.
Boudier destaca cinco dos títulos que estarão em cartaz. A programação completa, com local, data e horário para cada uma das sessões, está disponível por meio do site oficial.
Anatomia de uma Queda
Vencedor da Palma de Ouro e cotado para o Oscar de 2024, Anatomia de uma Queda, de Justine Triet, é um dos chamarizes para o Festival Varilux. Para Christian Boudier, o longa é um exemplo de “excelência em termos de cinema autoral”. Na trama, acompanhamos o julgamento sobre o qual incide na própria viúva a suspeita de um homicídio. O filme abriu a 47ª Mostra de São Paulo, mas só chega oficialmente ao País em janeiro do ano que vem.
Culpa e Desejo
Se Triet fez história ao se tornar a terceira mulher a vencer a Palma de Ouro, a diretora Catherine Breillat não deixa a desejar e também foi fenômeno em Cannes com o longa Culpa e Desejo. Na história, uma advogada especializada em violência sexual contra menores coloca sua carreira em cheque ao entrar em um jogo de sedução com o filho de seu marido.
“É um filme que cria muita polêmica pois a temática é complicada, mas é maravilhoso. Conta com a atriz Léa Drucker, uma das melhores em atividade na França”, afirma Christian. No Varilux, pinta como pré-estreia, pois, apesar de inédito no Brasil, será oficialmente lançado no País em 23 de novembro, logo após o fim do festival.
Making Of
De Cédric Kahn, é uma boa pedida aos que desejam conhecer melhor um dos mais consagrados diretores franceses da atualidade. “É aquele tipo de filme que fala do próprio cinema, e é genial. Quebra um pouco a magia, pois mostra como é estressante e difícil o trabalho do diretor”, afirma Boudier. Inédito no Brasil, Making Of contará com sessões especiais na presença de Kahn e do protagonista Stefan Crepon. (O filme ainda não tem trailer disponível)
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Crônica de uma Relação Passageira
Stefan Crepon é tido como uma revelação do cinema francês. Vincent Macaigne e Sandrine Kiberlain, por outro lado, são dois nomes consolidados na cena artística da França e assumem os papéis principais de Crônica de uma Relação Passageira, outro filme que, exibido na Mostra, volta às salas por meio do Festival Varilux. “É um maravilhoso filme sobre o amor. Bem no estilo francês, com diálogos e situações de muita emoção”, diz Christian.
Celebração a Brigitte Bardot
Como destaque da programação, por fim, não há como deixar de fora os títulos dedicados a Brigitte Bardot, sex symbol que é um dos carros-chefes temáticos da 14ª edição do Festival Varilux. Além de exibições dos seis episódios da minissérie biográfica Bardot, estão programados os clássicos E Deus Criou a Mulher (1956), filme de Roger Vadim que revelou a socialite, e o antológico O Desprezo (1963), um dos mais aclamados longas de Jean-Luc Godard.
Julia de Nunez, que interpreta Bardot na minissérie, estará no Brasil para sessões especiais. “A geração jovem vai poder saber quem é a Bardot. Ela é muito famosa no Brasil por ter visitado Búzios. Para as gerações anos 50 e 60, vai ser uma lembrança linda”, espera o curador.