O cineasta brasileiro Karim Aïnouz festejou a seleção de seu filme Firebrand para a disputa da Palma de Ouro no Festival de Cannes. O anúncio aconteceu na manhã desta quinta, 13, e Aïnouz é único representante latino-americano na corrida. “É uma alegria imensa estar novamente em Cannes, um festival que acompanha o meu trabalho e o cinema brasileiro desde sempre”, disse ele, desde Berlim, onde mora.
Aïnouz vai disputar o principal prêmio do festival contra nomes como Wes Anderson, Hirokazu Kore-eda, Wim Wenders, Ken Loach, Todd Haynes e Marco Bellochio. O anúncio foi feito pelo diretor do festival, Thierry Fremaux, que confirmou ainda outras exibições que não competem a prêmios dos filmes Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese, The Idol, de Sam Levinson, Cobweb, de Kim Jee-woon, e Indiana Jones e a Relíquia do Destino, de James Mangold.
Firebrand é um drama histórico sobre Catherine Parr, a sexta e última esposa do rei Henrique VIII, estrelado por Alicia Vikander e Jude Law como o casal real britânico. “Firebrand é o retrato de uma mulher singular, Katherine Parr, uma visionária que mudou os rumos da história da Inglaterra mas jamais teve sua vida contada no cinema, apesar de sua imensa e influente trajetória”, conta o cineasta.
Segundo ele, o filme é, acima de tudo, uma celebração ao legado feminino. “E essa história não poderia ter sido contada se eu não tivesse tido uma equipe com os melhores profissionais e dois grandes atores, Alicia Vikander e Jude Law.”
Karim Aïnouz já teve outras participações em Cannes: em 2019, foi o vencedor na mostra Un Certain Regard com A Vida Invisível; em 2011, disputou o Queer Palm com O Abismo Prateado, e, em 2002, disputou com Madame Satã, novamente em Un Certain Regard.
O Brasil tem outros dois filmes no festival, como o longa A Flor do Buriti, da brasileira Renée Nader Messora em parceria com o português João Salaviza, sobre a resistência do povo Krahô, está na mostra paralela e também competitiva Un Certain Regard, e Retratos Fantasmas, de Kléber Mendonça Filho, será exibido fora de competição.
“Em um momento tão importante de reconstrução do Brasil e do cinema brasileiro, fico muito orgulhoso de poder contribuir com a nossa presença no cenário internacional”, disse Aïnouz.
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