Francis Ford Coppola enfrenta acusações de assédio, próximo da estreia estreia de Megalopolis, o primeiro filme em mais de uma década. Segundo as acusações, ele teria tentado beijar figurantes do longa-metragem.
O jornal The Guardian divulgou um relatório detalhado sobre a caótica produção do filme. De acordo com fontes anônimas, Coppola puxou mulheres para sentarem no colo dele e tentou beijar figurantes.
Em resposta, um representante de Coppola diz que as acusações não são verdadeiras. “Nunca tive conhecimento de quaisquer reclamações de assédio ou mau comportamento durante o curso do projeto”, declarou. Ele ainda disse que o diretor “andava pelo set para estabelecer o espírito da cena dando abraços gentis e beijos na bochecha ao elenco e aos figurantes”.
Mariela Comitini, primeira assistente de direção em Megalopolis, falou sobre trabalhar com Coppola em entrevista ao Times. “Posso dizer que trabalhar ao lado de Francis Ford Coppola foi uma honra. Eu observei enquanto Francis criava um ambiente vibrante, profissional e positivo no set, e eu gostaria de poder ser parte da celebração em Cannes. Como um dos cineastas mais respeitados da indústria, Francis não se intimidou com a enormidade deste empreendimento e terminou o filme no tempo e no orçamento”.
Leia também
A informação foi publicada antes da estreia do filme nesta quinta-feira, 16, no Festival de Cannes. Na terça-feira, 14, o cineasta postou um teaser de Megalopolis que refletia influências da Roma antiga e apresentava efeitos especiais.
Coppola tem brincado com a ideia de fazer Megalopolis desde a década de 1980 e eventualmente vendeu uma parte de seu patrimônio para investir $120 milhões de seu próprio dinheiro para realizá-lo. O filme tem Adam Driver como um arquiteto que quer reconstruir uma Nova York futurista. O homem tem a capacidade de parar o tempo e, ao longo do filme, entra em conflito com o prefeito da futura Nova York, interpretado por Giancarlo Esposito, enquanto também se envolve romanticamente com a filha do prefeito (Nathalie Emmanuel).
Coppola disse à Vanity Fair que começou a escrever o roteiro ao longo dos últimos 12 anos e imaginou “uma história romana épica ambientada na América moderna”, tomando interesse específico em um incidente de 63 a.C. conhecido como a Conspiração de Catilina.
Relatos de produções tempestuosas não são novidade para Coppola, autor de Apocalypse Now, que foi documentada no documentário Hearts of Darkness: A Filmmaker’s Apocalypse, com filmagens capturadas por sua esposa, Eleanor Coppola. Ela morreu no mês passado aos 87 anos.
*Este artigo foi originalmente publicado no The New York Times.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.