Governador do Rio pede para Bolsonaro 'reconsiderar' transferência da Ancine para Brasília

Para Wilson Witzel, o Estado tem tradição no setor audiovisual e 'a dinâmica do órgão federal é importante para gerar emprego e fomentar o turismo'

PUBLICIDADE

RIO - O governador do Rio, Wilson Witzel, pediu publicamente ao presidente Jair Bolsonaro, no Twitter, para que ele “reconsidere” a transferência da Agência Nacional do Cinema (Ancine) do Estado para Brasília. Segundo Witzel, que é aliado de Bolsonaro mas tem a intenção de concorrer à Presidência, o Rio tem “grande tradição no setor audiovisual e a dinâmica do órgão federal é importante para o RJ gerar emprego e fomentar o turismo.” 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A ideia de transferir a Ancine para a capital da República foi confirmada pelo presidente no dia 18 de julho, quando, após se reunir com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, Bolsonaro disse que a mudança havia sido sugerida pelo chefe da pasta. Foi nessa ocasião que Bolsonaro declarou que não poderia admitir o uso de dinheiro público para fazer filmes “como o da Bruna Surfistinha”. 

PUBLICIDADE

No mesmo dia, o mandatário assinou a transferência do Conselho Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. O objetivo foi aumentar a influência do Palácio do Planalto sobre o órgão.

Witzel, que é do PSC, tem deixado deputados estaduais do PSL, partido do presidente, insatisfeitos por causa da sua aproximação com o prefeito Marcelo Crivella. Ele reluta em anunciar publicamente um apoio ao pré-candidato da legenda à Prefeitura da capital, o deputado estadual Rodrigo Amorim. O PSL é a principal base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa (Alerj). 

O Estado mostrou, na edição deste sábado, que a nomeação do filho do governador para uma coordenadoria da gestão municipal ilustra essa aproximação com Crivella. Apoiar a reeleição do atual prefeito é uma das opções de Witzel para a eleição do que vem. 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.