Opinião | Helen Mirren conta uma história de maldade e esperança durante a 2ª Guerra em ‘Pássaro Branco’

Filme que foi gravado no início de 2021 e acabou sendo adiado várias vezes chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 14

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Por Lindsey Bahr (Associated Press)
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Sempre é tempo de contar histórias que celebram atos de bondade, mas o atual ciclo de notícias valoriza ainda mais essa necessidade. No novo filme Pássaro Branco - Uma História de Extraordinário, o ato é bastante significativo: uma família na França ocupada pelos nazistas abriga uma jovem judia, cujos amigos e familiares foram todos levados embora.

Do diretor alemão Marc Forster (À Procura da Terra do Nunca, O Caçador de Pipas), Pássaro Branco é uma bela adaptação da graphic novel de R.J. Palacio voltada para jovens adultos. O filme também é perfeitamente adequado a esse público – uma história dentro de uma história, com todo o drama da guerra e do romance entre jovens. E não vamos enfatizar muito o fato de que ele faz parte do universo cinematográfico do filme Extraordinário, com Julia Roberts e Owen Wilson, também baseado na obra de Palacio.

Helen Mirren, à esquerda, e Bryce Gheisar em cena de 'Pássaro Branco'; a atriz é uma narradora adorável no filme Foto: Divulgação/Lionsgate via AP

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O filme se enquadra como uma história que uma avó conta a seu neto, que parece estar seguindo o caminho errado. Helen Mirren é a dita Grandmère, ou Sara Blum, uma artista famosa que certa noite conta ao jovem Julian (Bryce Gheisar) o que passou durante a guerra. Por ser um garoto rico e negligenciado, propenso a ser expulso de escolas particulares sofisticadas, o interesse imediato e sincero de Julian pelo que sua avó tem a dizer talvez seja a parte mais inacreditável dessa história, que traz alguns lobos como deus ex machina. Mas Mirren é uma narradora adorável.

Ariella Glaser interpreta a jovem Sara Blum, que leva uma vida tranquila em sua cidadezinha francesa com pais intelectualizados, Max (Ishai Golan) e Rose (Olivia Ross). Ela mal percebe a mudança das marés à medida que a guerra se intensifica, mais preocupada com seus amigos e com o garoto bonito da escola. A história tem o cuidado de observar que ela mal notava o colega de classe que acabaria salvando sua vida: Julien (Orlando Schwerdt), que anda com uma muleta e cujo pai trabalha nos esgotos. Em outras palavras, não é um garoto popular. Em um momento constrangedor, a plateia e Julien percebem que ela nem sabe o nome dele.

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Mas quando os nazistas chegam para prender os alunos judeus da escola, ele está lá para ajudá-la a chegar à propriedade de sua família. Gillian Anderson interpreta a mãe de Julien, Vivienne, uma presença fundamental, mas personagem secundária até uma sequência devastadora no final do filme.

Os jovens atores são muito bons e bem escalados em sua jornada de amizade e depois de primeiro amor. Eles se conhecem e passam o tempo sonhando com um mundo no qual não estão confinados a um celeiro, e suas imaginações ganham vida por meio de imagens sonhadoras.

Gillian Anderson, em 'Pássaro Branco', interpreta a mãe de Julien, Vivienne, uma presença fundamental, mas é personagem secundária até uma sequência devastadora no final do filme. Foto: Divulgação/Lionsgate

Pássaro Branco, que foi filmado no início de 2021, acabou sendo adiado várias vezes nos últimos dois anos. Quase sempre, isso indica algum tipo de problema de qualidade e a obrigação de lançar o filme a contragosto. Mas não é o caso aqui: trata-se de um filme muito bem feito que parece ter ficado preso a uma espécie de limbo de lançamento só parcialmente relacionado às greves.

É um pouco “convencional” – exatamente o que você poderia esperar de uma ficção histórica voltada para jovens adultos. Mas ser um filme simples e de bom coração, que pode até fazer você derramar algumas lágrimas, não é um crime contra o cinema.

Pássaro Branco, lançamento da Lionsgate, tem classificação indicativa de 14 anos. Duração: 120 minutos. Duas estrelas e meia em um total de quatro estrelas./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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Opinião por Lindsey Bahr
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