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Helen Mirren interpreta Golda Meir, personagem-chave da história de Israel, em novo filme

A atriz de 77 anos disse, no Festival de Berlim, onde ‘Golda - A Mulher de Uma Nação’ foi exibido, que a ex-primeira dama estaria ‘horrorizada’ com o rumo da política no país

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Por Redação
Atualização:

AFP - A atriz britânica Helen Mirren afirmou que acredita que a ex-primeira-ministra israelense Golda Meir (1898-1978), a quem interpreta no seu novo filme, Golda - A Mulher de Uma Nação, estaria “absolutamente horrorizada” com a atual situação política de Israel.

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“Acho que seria uma negação total e completa de seus valores e da maneira como ela via o mundo que queria criar”, declarou Mirren em entrevista à AFP no 73º Festival de Cinema de Berlim.

Golda Meir, uma das fundadoras do Estado de Israel, é tema de uma cinebiografia dirigida por Guy Nattiv. E Mirren interpreta esse personagem-chave na história de Israel.

Meir acreditou até o fim no “idealismo” dos fundadores do Estado de Israel, garantiu Mirren.

A atriz Helen Mirren, aos 77 anos, no Festival de Berlim, onde apresentou 'Golda' Foto: Clemens Bilan/EFE

A reforma do Judiciário que o atual governo de Binyamin Netanyahu quer implementar representa “a ascensão de uma ditadura”, disse Mirren. “Acho que ela teria ficado totalmente horrorizada”, enfatizou.

A reforma proposta por Netanyahu em aliança com partidos ultra ortodoxos e de extrema direita aumentaria o poder do Executivo sobre o Judiciário, segundo seus detratores.

“O parlamento israelense deu um passo nessa direção com a aprovação da legislação em primeira leitura.

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O primeiro-ministro israelense Netanyahu durante homenagem a Golda Meir, cuja imagem aparece ao fundo da foto, em 2018 Foto: Ronen Zvulun/Reuters

Mirren ficou encantada por ter interpretado Meir, apesar de alguma controvérsia no Reino Unido sobre o fato de ela não ser judia.

Ela era uma líder “totalmente desinteressada, sem desejo de poder ou ditatorial”, explicou a atriz de 77 anos.

“Essa reação me surpreendeu”, declarou Guy Nattiv também em entrevista coletiva. “Atores israelenses ou judeus não sofrem nenhuma limitação para interpretar papéis em todo o mundo”, argumentou.

Golda - A Mulher de Uma Nação

O filme se concentra na guerra de Yom Kippur, de outubro de 1973, quando Golda Meir começa seu último estágio de governo.

Israel fica surpreso com o ataque das tropas egípcias e sírias durante o evento mais importante do calendário hebraico. E seu exército só alcançará a vitória após alguns contratempos e a morte de mais de 2.500 pessoas.

“É o Vietnã de Israel”, disse o diretor Guy Nattiv durante a entrevista coletiva.

Guy Nattiv (esq.), Helen Mirren e Lior Ashkenazi, durante coletiva de imprensa sobre o filme 'Golda' Foto: Joel C Ryan//AP

Segundo ele, “Golda não aparece como uma personagem totalmente suave. Ela comete erros, mas assume suas responsabilidades - algo que os líderes políticos não fazem hoje”, disse o diretor.

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Uma das fundadoras do Estado de Israel, ela foi, também, uma das signatárias da Declaração de Independência. Ele renunciou em 1974 e morreu quatro anos depois.

“Ela foi injustamente difamada em Israel”, disse Helen Mirren na conferência de imprensa.

O filme é centrado no ponto de vista das autoridades civis e militares israelenses, e os combates só são mostrados em imagens aéreas.

Nascido precisamente em 1973, o diretor israelense defendeu a reabilitação desta figura política às vezes questionável, forte, mas inflexível, que mostrou uma posição dura com relação à questão palestina.

Helen Mirren entra completamente na pele da primeira-ministra: sozinha diante das decisões mais difíceis, fumando um cigarro após outro. Cercada por homens, militares e ministros que lutam, como ela, para salvar o país de um desastre, Meir esconde o sofrimento causado pelo câncer que também enfrenta.

Seu único confidente é sua assistente pessoal, interpretada por Camille Cottin, uma atriz francesa que já filmou com Matt Damon (Stillwater: Em Busca da Verdade) e Ridley Scott (Casa Gucci).

Golda foi exibido fora da competição do 73º Festival de Cinema de Berlim, que termina no dia 26 de fevereiro, e ainda não tem data de estreia no Brasil.

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