Ganhador do prêmio Un Certain Regard (mostra paralela à seleção oficial do Festival de Cannes) em 2019 com A Vida Invisível, o cearense Karim Aïnouz já concorreu ao Urso de Ouro da Berlinale (com Praia do Futuro, em 2014) e disputou duas vezes o Festival de Veneza: com O Céu de Suely, em 2006, e com Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, codirigido por Marcelo Gomes, em 2009.
Mas foi na Croisette, há 21 anos, ao passar pela mostra Un Certain Regard com Madame Satã, que ele primeiro expôs ao mundo todo o seu vigor como realizador de longas-metragens. A reinvenção que fez, apoiado no talento do jovem Lázaro Ramos, dos feitos do famoso malandro da Lapa consagrou sua estética. Regressou em 2011, para exibir Abismo Prateado, reinvenção cinemática da canção Olhos nos Olhos, de Chico Buarque, na Quinzena de Cineastas.
No ano seguinte, foi chamado para estar no júri de curtas-metragens. Depois da vitória há quatro anos com o melodrama baseado em livro de Martha Batalha (A Vida Invisível de Eurídice Gusmão), Aïnouz retornou a Cannes em 2021, com o documentário O Marinheiro das Montanhas, no qual aborda sua origem argelina.
Firebrand é sua estreia na competição pela Palma de Ouro, narrando o embate entre a rainha Catherine Parr (1512-1548) e o rei Henrique VIII (1491-1547), narrativa de intrigas palacianas e amorosas. Alicia Vikander vive Catherine e Jude Law, o monarca inglês. Batizado na França de Le Jeu de la Reine, o longa foi escrito pelas irmãs Henrietta e Jessica Ashworth, autoras da série Killing Eve.
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O elenco traz ainda Sam Rilley (que foi dirigido por Walter Salles em Na Estrada) e Eddie Marsan (que fez 7 Dias em Entebbe, de José Padilha). A francesa Hélène Louvart, que conquistou o Urso de Ouro de Contribuição Artística deste ano por Disco Boy, assina a direção de fotografia. Ela fotografou A Vida Invisível, no Rio de Janeiro.
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