A estréia de Superman - O Retorno significou, na quarta-feira à noite, o retorno triunfal do herói mais popular de Hollywood, que depois de vinte anos de ausência nas telas volta com mais força que nunca. A estréia de Superman - O Retorno, que chegará ao restante das salas nos Estados Unidos no próximo dia 28, foi badalada e sua recepção pela crítica deu muito o que falar. "Um herói retorna", diz a crítica do jornal Variety, em referência a um filme "concebido com grandeza e feito com sensibilidade". A publicação concorrente e de equiparável importância nesta indústria, The Hollywood Reporter, não fica atrás em seus elogios ao super-herói, que retorna aos cinemas após tantos anos. Como Kirk Honeycutt observa em sua crítica, o personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster para o mundo da história em quadrinhos na década de 30 nesta ocasião é "menos homem de aço e mais homem de coração". No entanto, "a humanidade" conferida a esta figura só melhora o retrato de um herói cujos "resgates continuam espetaculares, graças às mil maravilhas dos efeitos especiais". As revistas concorrentes Newsweek e Time também teceram elogios a este filme de duas horas e meia de duração. A Newsweek fala de "um filme épico maravilhosamente elaborado" e a Time resume Superman - O Retorno com um trocadilho, ao dizer que "mais que ´super´, é soberbo". O filme retoma a história de Superman a partir do final da segunda produção cinematográfica - de 1980, a primeira assinada por Richard Lester - das quatro que Christopher Reeve protagonizou. Um Superman que sabe o que é um coração partido e embarca em uma busca pessoal de sua identidade, sua família e suas origens que lhe mantém afastado durante cinco anos da Terra, de seu amor por Lois Lane e das maldades de Lex Luthor. Tempo suficiente para que Lane tenha um filho, arranje um novo namorado e ganhe um prêmio Pulitzer por um ensaio intitulado "Por que o mundo não precisa do Superman", uma afirmação com a qual todos parecem concordar, inclusive Luthor. Uma premissa cheia de homenagens ao Superman dirigido em 1978 por Richard Donner, dedicada aos falecidos Reeves e sua esposa Dana, e com o tema musical de John Williams, que ficou famoso em 1978, junto com a trilha sonora de John Ottman. Até Marlon Brando aparece mais uma vez. Mesmo após ter morrido, há cenas dele como o pai de Superman, Jor-El. Mas a maior homenagem é a semelhança, tanto física como atuando, de Brandon Routh com seu antecessor dentro da roupa de Superman. Como a crítica afirma, este desconhecido da telona parece levar sem esforço tanto a faceta de herói como as lentes de seu alter ego humano, o inocente e um tanto quanto atrapalhado Clark Kent. Kevin Spacey, como o malvado Luthor, acrescenta ao personagem o peso necessário a uma equação simples onde um herói é tão bom quanto perverso é o inimigo que enfrenta. As críticas só destoam ao falar de Kate Bosworth, a nova Lane, que para a Variety é "a única semidesilusão", por ser muito jovem para o papel. Alguns sites, como Newsarama.com, também geraram polêmica ao afirmar que Superman - O Retorno é "o melhor filme do mundo para crianças de 11 anos", mas que os demais irão odiar. O resto da crítica não pensa assim e agradece pela humanidade de Superman e os espetaculares efeitos especiais, e elogia seu diretor, Bryan Singer - diretor de X-Men (2000) e X-Men 2 (2002) -, a quem se refere como o homem que levou o mundo dos super-heróis à maturidade e, de quebra, ao banco, dada a bilheteria milionária que se espera do filme.
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