Incêndio da Notre Dame inspira filme de Jean-Jacques Annaud: “O fogo é um vilão muito carismático”

Cineasta francês apresenta longa que dramatiza história dos bombeiros que arriscaram a vida para a apagar as chamas da catedral

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Por Redação
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O cineasta francês Jean-Jacques Annaud está de volta a Hollywood aos 78 anos com sua última produção, Notre Dame em Chamas, o primeiro thriller sobre a luta contra as chamas que engoliram a amada catedral de Paris. O filme do diretor vencedor do Oscar abrirá o Festival de Cinema Francês nos Estados Unidos, que acontece em outubro em Los Angeles, anunciaram os organizadores nesta terça-feira.

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“Estou mais perto de Notre Dame agora e mais longe de Los Angeles. Mas uma parte do meu coração permanece lá”, disse Annaud em entrevista por telefone à AFP de Paris.

A história do incêndio que consumiu este emblema gótico do século 12 em Paris em 2019 foi “um grande drama que só um roteirista maluco de Hollywood poderia imaginar”, disse o diretor de Sete Anos no Tibete e O Nome da Rosa.

O cineasta francês Jean-Jacques Annaud  Foto: JOEL SAGET / AFP

Notre Dame em Chamas dramatiza a história dos bombeiros que arriscaram suas vidas para apagar as chamas antes que a catedral fosse completamente destruída, e os erros e acidentes que atrasaram a resposta inicial.

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O filme mistura imagens de arquivo do incêndio, com cenas filmadas por Annaud recriando a tragédia.

Segue um segurança que acidentalmente verifica o sótão errado quando ouve o primeiro alarme de incêndio, caminhões de bombeiros presos no trânsito parisiense e o supervisor cuja bicicleta quebra enquanto se dirigia para o local do desastre.

“Quando eu estava escrevendo o roteiro, senti que era ouro puro (...) era tão absurdo, tão inacreditável”, disse Annaud. “O fogo é muito carismático”, completou ele ao site português Sapo.

Lançado na Europa no início deste ano, o filme também mostra como milhões de pessoas ao redor do mundo assistiram com horror o momento em que a famosa torre da catedral desabou quando seu antigo telhado desmoronou.

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Estádua de pássaro é vista na Catedral de Notre-Dame de Paris Cathedral Foto: BENOIT TESSIER / REUTERS

A Catedral de Notre Dame costumava atrair cerca de 12 milhões de turistas por ano, e os americanos contribuíram fortemente para arrecadar fundos para sua reconstrução.

“Para o mundo, esta catedral era mais do que um símbolo de Paris ou da França, ou mesmo do catolicismo ou do cristianismo”, disse Annaud. “Era um símbolo de permanência.”

A presença de Annaud no festival de outubro reforça a relação amorosa do cineasta com Hollywood, que segundo ele difere em escala e orçamento da escola francesa.

“Nos Estados Unidos, entendi que o investimento é tentar tornar a produção o mais espetacular, chamativa e atraente possível”, disse.

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Ao contrário da nouvelle vague, que surgiu na França dos anos 1950 a partir do teatro e do romance e enfatiza o diálogo, o cinema americano se concentra nas imagens e no movimento, diz Annaud.

“A arte do cinema é contar histórias emocionantes visualmente. Se não, é rádio ou televisão (...) Se temos o privilégio de aparecer na tela grande, é para preenchê-la, e não apenas ter pessoas que falam como nos programas de TV”.

O Festival de Cinema Francês nos Estados Unidos acontece entre os dias 10 e 16 de outubro e também apresentará filmes como Coupez!, de Michel Hazanavicius, o diretor vencedor do Oscar com “O Artista”.

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Trará também, entre outros, dois filmes que figuram na short list da candidatura francesa ao Oscar 2023: Les Pires e A Plein Temps.

O festival termina com La Nuit du 12, de Dominik Moll, e uma exibição cinematográfica da minissérie franco-americana Irma Vep, criada por Olivier Assayas e baseada no filme homônimo de 1996.

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