AFP - O protagonista da série House of Cards, Kevin Spacey, disse nesta segunda-feira, 17, no tribunal de Manhattan onde acontece o julgamento civil pelas acusações de abuso sexual contra ele feitas pelo ator Anthony Rapp quando este era menor de idade, que as mesmas “não são verdadeiras”.
“Não me lembro de ter estado com ele em nenhuma festa privada, nem tenho memória de ter estado com ele em um apartamento”, como alega o denunciante, disse, ao ser questionado por seu advogado.
Antes de se sentar para depor, Spacey, de 63 anos, obteve uma vitória quando o juiz Lewis Kaplan rejeitou a alegação de defesa de Rapp, 50 anos, de que se tratou de um ato intencional.
Em sua denúncia, Rapp afirma que Spacey o convidou para ir a seu apartamento em Manhattan, onde o carregou nos braços “como um noivo carrega uma noiva para passar pela porta” quando ele assistia à TV, colocou-o na cama e se esfregou nele.
A defesa de Spacey tentou desmontar as alegações de Rapp, que incorreu em várias contradições sobre datas e, ao longo desses anos, tentou dar uma versão em que escondeu a presença de seu amigo John Barrowman no primeiro encontro com Kevin Spacey que, segundo este, ele foi o único.
No interrogatório desta segunda, Spacey afirmou que havia tentado manter sua sexualidade e sua vida no âmbito privado. Descreveu seu pai como um “supremacista branco” e “neonazista” que não gostava de homossexuais nem do seu interesse por teatro, o que ele nunca havia revelado em público.
Ao se referir às acusações que Rapp tornou públicas em um artigo de 2017 na revista Buzzfeed, Spacey disse que ficou “surpreso, assustado e confuso”, e embora não tivesse “ideia de onde isso poderia ter acontecido”, fez um pedido público de desculpas por recomendação de seus assessores, o que hoje lamenta.
A publicação de 2017 fez Spacey admitir publicamente sua orientação sexual. “Eles me acusaram de tentar mudar de assunto, de tentar desviar a atenção ou de que estava confundindo uma acusação com ser gay, o que nunca foi a minha intenção”, disse, entre lágrimas, acrescentando que “nunca teria feito nada para ferir a comunidade gay”.
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