O filme Lift - Roubo nas Alturas fez sua estreia na última sexta-feira, 12, e chegou à 1.ª posição do Top 10 da Netflix durante o fim de semana. Mesmo com ares de grande produção e elenco estrelado, a sensação que fica é a de que poderia ter sido bem melhor.
A plataforma enquadra o longa em categorias como “comédia”, “ação e aventura”, “policiais”, “irreverentes”, “empolgantes” e “suspense no ar”. Há ainda cenas de romance entre Kevin Hart e Gugu Mbatha-Raw. O resultado dessa mistura é o de que, ao mirar seu alvo em diversos gêneros, a Netflix não conseguiu acertar nenhum.
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O filme começa ao estilo “apresentação”, mostrando o que cada membro de uma quadrilha de ladrões de itens valiosos faz em um plano mirabolante para roubar uma obra em NFT (tema que, diga-se de passagem, parece ter diminuído em relevância entre a concepção do roteiro e o lançamento do longa) e um quadro de Van Gogh.
Na sequência, são descobertos e obrigados a cooperar com as autoridades. A ideia é que usem suas habilidades para roubar bens de um outro criminoso em um avião e ajudem a impedir um possível ataque terrorista em outro local.
São exibidas, então, várias cenas mirabolantes em que tudo precisa dar certo para se chegar ao resultado final, mas praticamente tudo parece dar errado. Em seguida, porém, as coisas parecem sempre se ajeitar de alguma forma, com reviravolta atrás de reviravolta. Poderia até soar como um filme emocionante, mas quem assiste talvez tenha dificuldade em prestar atenção ou encontrar o sentido.
Os personagens são tantos que acabam sendo pouco explorados. Em sua maioria, usam frases e trejeitos pouco originais. No fim das contas, a reunião de tantos bandidos de caráter duvidoso passa a impressão de uma grande família feliz, o que também soa estranho.
Em resumo: Lift - Roubo nas Alturas tem cenas de ação que pouco empolgam, um humor sem tanto destaque e uma história que poderia ter sido melhor trabalhada. Até o nome na versão brasileira pecou: o filme pode ser facilmente confundido com Roubo Nas Alturas, com Eddie Murphiy e Ben Stiller, outra comédia envolvendo roubo (mas de um prédio), de 2011.
Nas redes sociais, a Netflix apostou em indicar uma suposta semelhança com outros de seus filmes recentes, Mistério em Paris e Alerta Vermelho. A proximidade entre as histórias, sem uma melhora na qualidade ao longo do tempo, talvez indique falta de originalidade.
