Medalhões da direção voltam ao Festival de Cannes

Ken Loach e Wim Wenders estão na mostra competitiva, que ainda inclui o cineasta brasileiro Karim Aïnouz

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Na acirrada disputa, Ken Loach, de 86 anos, volta ao páreo com o que diz ser seu último longa. O inglês concorre com The Old Oak, sobre um bar que está para fechar as portas, abrigando em seu balcão uma série de beberrões que traduzem mazelas europeias. Já Nanni Moretti jura que veio para ganhar – ou se reinventar – com o musical Il Sol Dell’Avvenire. E Wim Wenders tem entrada dupla no festival deste ano. Fora de concurso, exibe o documentário Anselm (sobre o artista visual Anselm Kiefer) e, na mostra competitiva, com Perfect Days, rodado no Japão. Aliás, Hirokazu Kore-eda será um dos primeiros a concorrer, falando do processo educacional japonês em Monster.

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Em seu primeiro dia, antes da projeção de Jeanne du Barr, estrelado e dirigido por Maïwenn, com Johnny Depp falando francês no papel de Luís XV, o ator e produtor Michael Douglas vai receber uma Palma de Ouro Honorária, pelo conjunto de seus sucessos.

”Enfrentei um câncer sem nunca arredar o pé das telas, tentando trabalhar sem jamais deixar minha família de lado, e com o exemplo de meu pai (o ator Kirk Douglas) para seguir em frente”, disse Douglas ao Estadão, em recente entrevista.

Com ‘Indiana Jones’, Harrison Ford é homenageado no festival Foto: Yara Nardi/Reuters

Quinta, 18, será o dia de a sessão de Indiana Jones e a Relíquia do Destino transformar o festival em um evento de Hollywood e assegurar a Cannes seu segundo tributo de 2023, agora a Harrison Ford, nos moldes do que se viu em 2019 com Sylvester Stallone e em 2022 com Tom Cruise.

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O brasileiro Kleber Mendonça Filho leva documentário ao festival

Mas, antes, na quarta, o foco estará em Pedro Almodóvar e seus astros Pedro Pascal e Ethan Hawke, com a projeção do western Extraña Forma de Amar. É a segunda narrativa do espanhol em inglês, depois de A Voz Humana, com Tilda Swinton, que, como o faroeste, é um curta.

No mesmo dia de Indiana Jones o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho regressa à Croisette, quatro anos depois do Prêmio do Júri dado a Bacurau, para exibir o documentário Retratos Fantasmas. O longa pode dar a ele o troféu L’Oeil d’Or (a Palma dos documentários), mesmo fora da disputa oficial. É um estudo documental que parte de fotos, sobretudo de salas de cinema, para propor um ensaio sobre a memória. “Palácios de cinema em centros de cidades são comuns a muitos outros lugares do mundo”, diz Kleber. “Mas ocorre que sou pernambucano, recifense, e parti desse mote para mostrar uma geografia da minha cidade de um ponto de vista pessoal.”

Na sexta, 19, com a sessão Cannes Classics, o festival volta a discutir memória sob a ótica brasileira. Nesse dia, a produtora Ivelise Ferreira presta homenagem a seu companheiro de vida com a projeção de Nelson Pereira dos Santos – Vida de Cinema, dirigido junto com a professora e cineasta Aída Marques. É uma carta de amor ao diretor de Vidas Secas (1963), com registros de entrevistas e imagens de set.

Este promete ser o festival dos festivais. Afinal, Martin Scorsese retorna à maratona midiática que lhe deu uma Palma de Ouro (em 1976, por Táxi Driver) com Assassinos da Lua das Flores, no qual narra a origem do FBI a partir de um massacre indígena. É um convite ao Oscar.

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Os principais concorrentes

Club Zero

De Jessica Hausner

The Zone of Interest

De Jonathan Glazer

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Fallen Leaves

De Aki Kaurismaki

Asteroid City

De Wes Anderson

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Monster

De Hirokazu Kore-eda

Il Sol dell’Avvenire

De Nanni Moretti

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L’Été Dernier

De Catherine Breillat

Kuru Otlar Üstüne

De Nuri Bilge

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La Chimera

De Alice Rohrwacher

La Passion de Dodin Bouffant

De Tran Anh Hun

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Rapito

De Marco Bellocchio

May December

De Todd Haynes

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Jeunesse

De Wang Bing

The Old Oak

De Ken Loach

Perfect Days

De Wim Wenders

Firebrand

De Karim Aïnouz

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