ANSA - O filme Monica, do cineasta italiano Andrea Pallaoro, foi aplaudido por 11 minutos em sua estreia no Festival de Veneza, neste sábado, 3, repetindo o acolhimento positivo já visto com Bones and All, de Luca Guadagnino.
Monica é o segundo entre os cinco concorrentes italianos ao Leão de Ouro a ser exibido na mostra e narra a história de uma mulher transexual que volta para casa para cuidar de sua mãe moribunda.
A protagonista é vivida pela atriz transgênero Trace Lysette, uma das favoritas a conquistar a Taça Volpi de melhor intérprete no 79º Festival de Veneza.
“Monica é um momento fundamental, representa para mim uma grande oportunidade de contar aquilo que eu sou e de ser considerada uma atriz plena”, afirmou Lysette, que concluiu a transição há pouco tempo e ainda usa um passaporte com nome masculino.
“Tive momentos difíceis, quis desistir de tudo, o rótulo de gênero me perseguia, mas um amigo me encorajou a investir em mim mesma, a seguir em frente. Fiz aulas de atuação, fui chamada para Law and Order, e minha vida começou a se levantar”, contou a americana, que agora sonha em ser convidada para estrelar um filme apenas como atriz, sem o adjetivo “transgênero”.
“Acho que mereço isso, trabalhei duro e tenho talento”, acrescentou. Pallaoro escolheu Lysette entre 30 candidatas trans. “Mas tive uma empatia especial com ela”, disse o cineasta italiano.
Segundo ele, Monica é sobre uma filha que reencontra a mãe e a família após uma longa ausência e que quer recuperar o tempo perdido. “A memória que a mãe doente perdeu se torna o centro de tudo, e a aceitação ao outro vira o pano de fundo das relações humanas”, afirmou.
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