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Morre aos 82 o ator italiano Alberto Sordi

Com mais de 200 filmes em seu currículo, o veterano ator trabalhou com os maiores diretores do cinema e se tornou um dos símbolos máximos da comédia italiana

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ator e diretor italiano Alberto Sordi, uma das figuras mais populares de seu país, morreu ontem aos 82 anos, em sua casa em Roma, vítima de complicações cardíacas. Com mais de 200 filmes em seu currículo, em parcerias com Federico Fellini, Mário Monicelli, Dino Risi, Vittorio de Sica, Ettore Scola e Alberto Lattuada, Sordi é um dos símbolos máximos da comédia italiana. Sordi começou sua carreira nos anos 30 dublando O Gordo e o Magro para italiano. Passou pelo rádio e pelo teatro até estrear no cinema com A Princesa Tarakanova, de 1937. Mas seu primeiro papel de destaque só veio com Vittorio de Sica em 1950, quando estrelou Mamma mia, che impressione, de 1950. "Ele nos ajudou a entender a Itália do pós-guerra, fazendo-nos rir", declarou o ministro da Cultura Giuliano Urbani. Depois vieram Abismo de um Sonho (51) e Os Boas-Vidas (52), de Fellini, Um Americano em Roma (54), de Steno, O Melhor dos Inimigos (61), de Guy Hamilton, as produções coletivas Os Novos Monstros (77) e Onde Passaremos as Férias (78) e, mais recentemente, A História de um Jovem Homem Pobre (95), de Ettore Scola. Também atacou de diretor, em mais de 20 produções. Um de seus últimos filmes foi Encontros Proibidos, que, apesar do carisma de Sordi, foi mal recebido no Festival de Veneza de 1998. A morte de Sordi causou comoção no país. "A notícia de sua morte é uma das mais tristes que já recebi", disse a diva italiana Sophia Loren, de passagem por Roma, na casa de sua irmã. Sophia trabalho com Sordi no início de sua carreira, nos anos 50, em filmes como Duas Noites com Cleópatra. "Nos últimos anos, ele vinha me parecendo cansado, sem vontade de fazer cinema. Mas não sabia que estava doente." "Não sei se ele era um amigo, um companheiro ou uma parte indissociável dessa memória durante anos identificada como comédia italiana", declarou Nino Manfredi. Para Scola, Scordi foi "um grande observador da humanidade, que encarnou e reproduziu com profundidade". Já a atriz Claudia Cardinale lamentou que o tenham considerado "apenas um cômico" sem perceber "sua grandeza". Sordi, por sua vez, não falava em grandeza, nem disputava para si maiores glórias. "Não freqüentei escolas. Tudo o que sempre busquei era falar, comportar-me como as pessoas normais do povo", dizia.

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