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Morre o ator italiano Raf Vallone

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ator Raf Vallone, revelado pelo cinema neo-realista italiano, morreu hoje aos 86 anos, num hospital em Roma. Polivalente, Vallone foi também jornalista, jogador de futebol, estudante de letras e tradutor de clássicos latinos. Nascido em 1916 na Calábria, sul do país, Vallone foi criado em Turim, onde editou o caderno de cultura do jornal comunista L´Unitá. Após a Segunda Guerra, lançou-se como ator. Em 1949, com Arroz Amargo, fez sua estréia no cinema. Sob a direção de Giuseppe de Santis, contracenou com Vittorio Gassman e Silvana Mangano e saiu do set como a nova revelação do cinema italiano. A seguir, vieram trabalhos com Pietro Germi (O Caminho da Esperança, 1950), Mario Camerini (Gli Eroi della Dominica, 1953), Alberto Lattuada (Passado que Condena, 1954) e também com De Santis (Roma às 11 Horas, 1951; Apartamento Clandestino, 1960), que o descobriu. Com fama de sedutor e um francês impecável, Vallone ganhou Paris e passou a trabalhar com diretores como Marcel Carné e Jean Dellanoy e se reunir com intelectuais do porte de Jean Paul Sartre e Albert Camus. Dividiu-se também entre o set e o palco, em peças de Peter Brook, Eugene O´Neil e Arthur Miller. Foi a partir da encenação de A View from the Bridge, de Miller, que Vallone chamou a atenção do diretor americano Sidney Lumet. Em 1961, fizeram uma adaptação da peça para o cinema, Panorama Visto da Ponte, que também tinha Jean Sorel no elenco. Em Hollywood, Vallone seguiu trabalhando com grandes diretores, como Francis Ford Coppola (Poderoso Chefão 3, 1990), Otto Preminger (O Cardeal, 1963), John Houston (Carta ao Kremlin, 1972), entre outros. Vallone era casado com a atriz Elena Varzi e tinha dois filhos. Seu corpo será enterrado no sábado, em Roma.

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