Talvez você tenha assistido ao trailer de Nasce Uma Estrela e pensou, hum, isso é estranho. Nós deveríamos partir do princípio de que falta a Lady Gaga a confiança para cantar suas próprias canções, ou que ela é pouco atraente, e, portanto, não poderia ter uma carreira como cantora? Se assim for, você não está sozinho. O filme, que estreou quinta, 11, e é estrelado pelo roteirista e diretor Bradley Cooper ao lado de Lady Gaga, é a terceira versão de Nasce Uma Estrela. Este remake, no entanto, se afasta dos anteriores na dinâmica emocional entre os dois personagens principais. “Quase todas as pessoas disseram que gostaram do meu jeito de cantar, mas não gostam da minha aparência”, diz Ally, personagem de Lady Gaga no filme.
Como todos sabemos, Gaga é uma das maiores estrelas pop do mundo. Sem a menor cerimônia, atuando em trajes bem despojados. E fazendo malabarismos de arregalar os olhos. É sua praia. Ela é uma compositora de arrasar também. Então, parece um pouco absurdo que ela não cantasse suas próprias canções – como Ally também diz no trailer – ou será que alguém lhe disse que ela jamais teria sucesso na música por causa de sua aparência?
Mas ela disse que tem muito a ver com o personagem que interpreta. “Quando me vejo nesse filme, vejo muito de mim mesma quando era mais jovem, quando não acreditava em mim mesma, quando sofria bullying na escola, me sentia feia e minha única saída era a música”, disse ela no Festival de Toronto. “E é por isso que comecei a cantar e a escrever músicas e a atuar, porque queria fugir de toda essa dor.”
“Quando eu tinha 19 anos decidi – você sabe, meus amigos estavam me chamando de Gaga quando eu estava cantando em clubes, e eu estava tipo, ‘Eu serei Lady Gaga’ – que eu tinha algo a dizer. Eu queria dizer”, contou Gaga a Stephen Colbert na semana passada. “Eu arrastava meu teclado por Nova York, batendo em todas as portas. Eu fingia ser minha própria empresária para conseguir shows.”
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