Há 60 anos, no dia 5 de agosto de 1962, Marilyn Monroe era encontrada morta em sua casa, nos Estados Unidos, ao lado de frascos vazios de barbitúricos. Segundo o laudo médico, ela morreu no dia anterior, 4 de agosto.
Ícone da cultura pop e a cara do cinema nos anos 1950, Marilyn Monroe buscou ser reconhecida como atriz - e não apenas como um rosto bonito. Conheça aqui momentos da vida pessoal e profissional da atriz, retratada também em Blonde, filme com Ana de Armas que chega em breve aos cinemas.
Selecionamos 11 filmes de Marilyn Monroe. Alguns deles estão disponíveis em plataformas de streaming, e indicamos abaixo.
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Segredo das Joias
De John Huston, 1950. Grupo planeja o assalto perfeito, mas tudo sai errado. Um clássico de Hollywood, com grandes caracterizações de personagens e uma memorável participação de Marilyn como a amante do advogado Louis Calhern, implicado no crime. Excepcional como noir, teve várias imitações, incluindo o muito bom Rififi, de Jules Dassin, rodado na França, em 1955.
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A Malvada
De Joseph L. Mankiewicz, 1950. Um grande filme sobre os bastidores do teatro. No original, chama-se All About Eve, e Eva surge como uma fã na vida da estrela Margo Channing. Na verdade, quer ocupar o lugar dela. Grandes diálogos, grande direção, grandes interpretações. Eva é Anne Baxter, a malvada. Bette Davis é Margo, genial. Marilyn faz Miss Casswell, que é levada pelo mordaz crítico Addison DeWitt/George Sanders à festa na casa de Margo. Ele a apresenta como graduada em interpretação pela Escola de Arte Dramática Copacabana. Conta a lenda que Bette perdeu a paciência com Marilyn e berrou com ela, quando a cena no saguão do teatro estava sendo repetida pela 11ª vez e Marilyn sempre errava a fala.
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Almas Desesperadas
De Roy Ward Baker, 1952. Richard Widmark faz piloto de avião que se envolve com babá mentalmente perturbada. O diretor Baker ganhou reconhecimento na França, como o grande diretor que era. Destacou-se no terror. O longa marca a estreia de Anne Bancroft, futura Mrs. Robinson – em A Primeira Noite de Um Homem, de 1967.
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Os Homens Preferem as Loiras
De Howard Hawks, 1950. Marilyn e Jane Russell como caçadoras de fortunas. Marilyn, que se chama Lorelei Lee no filme, tem um grande número – Diamonds Are Girls Best Friends – que Nicole Kidman, como Satine, recriou em Moulin Rouge. (Disponível no Prime Video e Star+)
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Torrentes de Paixão
De Henry Hathaway, 1953. Parceiro de Billy Wilder na sua fase noir, Charles Brackett produz e assina o roteiro dessa história de mulher que planeja matar o marido. Como no Preminger, a paisagem vira personagem. As cataratas de Niagara representam a sensualidade a sexualidade irreprimível de Marilyn. (Disponível no Star +)
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O Rio das Almas Perdidas
De Otto Preminger, 1954. Robert Mitchum resgata Marilyn e Rory Calhoun, e esse retribui fugindo com os cavalos e deixando o trio – Mitchum tem um filho – no rio do título, à mercê de peles-vermelhas. Preminger poderia ter sido um grande diretor de westerns. Essa foi sua única incursão pelo gênero e a paisagem vira personagem, em cores e cinemascope.
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O Pecado Mora ao Lado
De Billy Wilder, 1955. Tom Ewell experimenta a comichão dos setes anos – The Seven Years Itch, título original – que pode destruir seu casamento. Com a mulher e os filhos na praia, ele se envolve com a vizinha sexy – Marilyn. A cena do vento do metrô que levanta a saia e deixa a calcinha da estrela à mostra catapultou Marilyn ao firmamento de Hollywood. Marilyn podia ser insuportável – atrasava-se, esquecia o diálogo, tinha de repetir as cenas dezenas de vezes. Mas a câmera a amava, e Wilder só podia ficar feliz com o resultado. (Disponível no Prime Video e Star+)
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Nunca Fui Santa
De Joshua Logan, 1956. Don Murray é o caubói moderno que se envolve com cantora de boteco de beira da estrada – Bus Stop é o título original. Resolve se casar com ela, e, ingênuo, nem se dá ao trabalho de perguntar se ela aceita. Adaptado da peça de William Inge, o filme que, para a totalidade crítica, provou que Marilyn sabia representar. Ela canta – (That Old) Black Magic.
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Quanto Mais Quente Melhor
De Billy Wilder, 1959. Para fugir de gângsteres, Tony Curtis e Jack Lemmon disfarçam-se como mulheres numa orquestra de senhoritas. Marilyn toca banjo. Curtis adota outro disfarce – de milionário – para tentar conquistá-la. E Lemmon agrada tanto a Joe E. Brown que, quando revela que é homem, ouve dele a frase icônica do filme: ‘Ninguém é perfeito’. Quase sempre considerada a melhor comédia de todos os tempos. (Disponível no Prime Video e Telecine Cult)
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Adorável Pecadora
De George Cukor, 1950. Apaixonado pela corista Marilyn, o milionário Yves Montand toma aulas de canto, dança e interpretação para surpreendê-la – e conquistá-la – num espetáculo baseado em sua vida. Marilyn passa o filme tricotando um pulôver. E canta – My Heart Belongs To Daddy.
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Os Desajustados
De John Huston, 1961. O roteiro que Arthur Miller escreveu para Marilyn, com quem foi casado. Ela faz Roslyn, que viaja a Reno, em Nevada, para um divórcio rápido e se envolve com caubóis modernos, que capturam cavalos selvagens no deserto. Considerando-se os talentos envolvidos – Huston, Miller, Marilyn e Clark Gable em seus últimos papeis, Montgomery Clift, o filme poderia ser muito melhor. Mas a cena da doma dos cavalos é antológica. Os caubóis tentam dominá-los, os animais lutam pela liberdade. Como Marilyn, em seu papel derradeiro. (Disponível no Prime Video e Apple TV+)
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