Novo filme de 'Thor', da Marvel, traz amor como a salvação

Filme traz Natalie Portman de volta como Poderosa Thor e tem Tessa Thompson com dificuldades como ‘rei’ de Nova Asgard

Por Mariane Morisawa

Apostando no caos, Taika Waititi e seu Thor: Ragnarok foram uma lufada de ar fresco na fórmula Marvel de fazer cinema. Pois em Thor: Amor e Trovão, que chega nesta quinta, 7, aos cinemas, ele volta com a mesma energia: tudo em todo lugar ao mesmo tempo, para o bem e para o mal – e com um pouco mais de ambição.  Thor (Chris Hemsworth) começa o filme atuando com os Guardiões da Galáxia, para certo desespero deles. Mas logo ele está de volta à Nova Asgard, o refúgio encontrado pelo seu povo depois da destruição de seu planeta. No comando do agora destino turístico está Rei Valquíria (Tessa Thompson). “Ser rei não é exatamente o que Valquíria esperava”, disse a atriz ao Estadão, por videoconferência. “Ela passou sua vida inteira, milênios, defendendo seu povo no campo de batalha. E quer continuar assim – só não previa que haveria tantas reuniões e tanta papelada. Está se coçando por mais agitação. O bom é que ela encontra – porque, para quem está procurando ação, não há lugar melhor que um filme da Marvel!”.

Natalie Portman e Chris Hemsworth em cena de 'Thor: Amor e Trovão', que chega aos cinemas em 7 de julho. Foto: Jasin Boland / Marvel

No caso, a ação é provocada por Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale), um vilão cujo plano é matar todos os deuses. Por quê? Porque ele, antes um homem comum, pobre e devoto, perdeu a filha para a seca e descobriu que os deuses simplesmente não ligavam para sua dor. “Um dos prazeres de um bom vilão é você se divertir com ele. Nesse caso, é mais complexo, você chega a torcer por ele, porque Gorr não está errado”, disse Thompson. “É o mesmo quando depositamos nossa esperança em certas pessoas, as colocamos em um pedestal, e elas nos desapontam quando mais precisamos.” O amor de Gorr pela filha se transforma em ódio pelos deuses. E é um antigo amor de Thor que vai estar ao seu lado e de Valquíria na sua luta: Jane Foster, a cientista brilhante que rompeu o relacionamento e provocou uma depressão no deus nórdico, agora é a Poderosa Thor, conseguindo manejar o martelo Mjolnir. Mas Jane esconde um segredo. 

Chris Hemsworth, em cena do filme 'Thor: Amor e Trovão' Foto: Jasin Boland/Marvel Studios

Para Tessa Thompson, foi ótimo lutar ao lado de outra mulher. “Eu espero que um dia isso seja tão normal que não precisemos mais falar a respeito. Ninguém pergunta a nenhum dos Chris como é estar num filme com tantos homens”, diz a atriz. “Mas, enquanto isso não acontece, foi muito legal ter uma irmã de armas. Até porque a Natalie Portmané minha amiga, e passamos muito tempo buscando a representatividade na nossa indústria. Na verdade, estamos acostumadas a lutar juntas, só que não usamos capas e não tem tanta comida boa de graça. Mas em ambos os contextos é importante.”

O retorno de Jane Foster faz Thor crescer e colocar o amor acima de tudo. Logo no começo, Peter Quill (Chris Pratt) diz a ele que é melhor sofrer tendo amado do que não passar pela experiência. E, para Tessa Thompson, a maior ideia por trás de Thor: Amor e Trovão é o poder curativo e transformador do amor. “Pode parecer um pouco brega e dá um pouco de vergonha falar disso, pois vivemos em uma época cada vez mais cínica”, disse a atriz. “Mas realmente acredito que a única coisa que nos transformará e curará é o amor radical. Inclusive amar quem e o que não compreendemos. Precisamos muito disso, especialmente agora.”

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