O nazismo e seus efeitos perversos: conheça 7 livros e filmes recentes que recuperam a história

De livro sobre médico monstruoso que morou no Brasil a filme alemão sobre ‘assassinos comuns’ do Holocausto, veja como história de horror segue sendo recontada

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Por Redação

Saber para não esquecer é uma máxima utilizada à exaustão quando o assunto é a Segunda Guerra Mundial e os horrores praticados pelo nazismo. Produtos culturais recentes seguem recontando essa história e conseguindo encontrar novas maneiras e ângulos não explorados para torná-la latente.

Nesta lista, reunimos sete livros e filmes que revisitam o passado e refletem sobre o período em que Adolph Hitler e seguidores dominaram a Alemanha e tentaram fazer o mesmo com o resto do mundo. Veja os resumos e clique mais para saber sobre cada item.

O monstruoso médico nazista que viveu no Brasil

O “Anjo da Morte” morou no Brasil. E morreu afogado em Bertioga sem nunca ter sido julgado pelos horrores que cometeu. Josef Mengele foi o médico e oficial nazista que, em Auschwitz, usou da medicina para conduzir desmembramentos e torturas disfarçados de “experimentos científicos”. Agora, a jornalista Betina Anton disseca os segredos de um dos criminosos mais hediondos do século 20 no livro Baviera Tropical. E mostra como ele conseguiu se esquivar dos perseguidores e levar uma vida relativamente pacata no Brasil. CONHEÇA A HISTÓRIA E SAIBA MAIS SOBRE O LIVRO AQUI.

No destaque, Josef Mengele, que ingressou no partido nazista em 1937 e ganhou notoriedade entre os principais nomes do regime em razão dos "experimentos genéticos" que fazia. À esquerda da foto, Richard Baer, e à direita, Rudolf Höss, em 1944  Foto: United States Holocaust Memorial Museum

Matadores do cotidiano

Uma nova produção com revelações o Holocausto após inúmeros filmes, séries e documentários sobre a Segunda Guerra Mundial? É possível. Um exemplo é Homens comuns: assassinos do Holocausto, na Netflix, que mostra ‘cidadãos de bem’ - burocratas, taxistas, encanadores - que aceitaram virar matadores em nome do regime nazista. ‘É preciso lembrar para nunca esquecer’, escreve João Barone, o baterista do Paralamas do Sucesso. LEIA ANÁLISE DO MÚSICO E ESTUDIOSO DA SEGUNDA GUERRA SOBRE A MINISSÉRIE.

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Homens comuns: assassinos do Holocausto (na Netflix) Foto: Broadview Pictures/Divulgação

O nazismo e a cultura

É preciso coragem para dedicar um livro ao nazismo e ainda intitulá-lo A Revolução Cultural Nazista. Este é o título da obra do historiador e professor na Sorbonne Nouvelle, em Paris, Johann Chapoutot. Lançado em 2017, o livro chegou ao Brasil em 2022 pela Livraria Editora Da Vinci. A publicação é reveladora e surpreendente. Ela apresenta o nazismo como uma revolução cultural. De fato, “além de uma inacreditável série de crimes”, este enfoque do III Reich compôs também “uma narrativa e um corpus normativo”, cujo objetivo era levar os protagonistas desses crimes a aceitarem que seus atos eram legítimos e justos. LEIA AQUI A ANÁLISE COMPLETA DO LIVRO.

Capa do livro 'A Revolução Cultural Nazista'. Foto: Da Vinci Livros/Divulgação

A “desnazificação” pela música

Os EUA usaram a música erudita na “desnazificação” da Alemanha no pós-guerra. E o projeto se tornou um estandarte no embate ideológico com a União Soviética nos anos que se seguiram. Um legítimo símbolo da guerra fria cultural. O impacto foi notável: de 11 orquestras em atividade a partir de 1943 na Alemanha, em 1947 se tornaram 110. Mas a estratégia atravessou o Atlântico. E os EUA usaram a música clássica como arma anticomunista na América Latina, marcando território, cooptando compositores e músicos, levando-os para os EUA e vitaminando a vida musical da América do Sul, sobretudo no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. VEJA COMO A TÁTICA FOI UTILIZADA NA ANÁLISE COMPLETA.

O maestro Aaron Copland (esquerda) fez turnê pela América Latina, divulgando obras de compositores norte-americanos e também levou compositores e obras brasileiras para serem executadas em salas de concerto nos EUA; À direita, o maestro e amigo e Copland, Leonard Bernistein  Foto: University of Illinois Press/Reprodução

O terror pelos olhos - e desenhos - de uma criança

Ainda menino, Thomas Geve desenhou o que viu em Auschwitz. Agora, aos 94 anos, ele reconta a história de sobrevivência do Holocausto. O alemão foi deportado para o campo de concentração aos 13 anos. No fim da guerra, ainda debilitado, ele registrou em imagens a “verdade sobre a vida nos campos”, como ele mesmo diz. “Meu livro não descreve como as pessoas morreram, e, sim, como elas viveram”, conta o autor, que vive em Herzliya, no distrito de Tel Aviv, em entrevista ao Estadão. LEIA AQUI A ENTREVISTA COMPLETA E CONHEÇA O LIVRO O MENINO QUE DESENHOU AUSCHWITZ.

Desenho que Thomas Geve fez na Segunda Guerra Mundial e que está no livro 'O menino que desenhou Auschwitz' Foto: Thomas Geve/Editora Alta Life

Escondido, Hitler ouvia russos, judeus e gays

Hitler tinha paixão por ópera. Mas o que o líder nazista escondia é que na discoteca pessoal dele havia músicos e compositores com características contra as quais o nazismo agia com pulso de ferro. Na playlist do ditador, que ele escutava com frequência no bunker antes de morrer, havia nomes como o do judeu polonês Huberman - que foi oficialmente declarado inimigo público do Terceiro Reich - e até Tchaikovsky, que era homossexual. LEIA AQUI A REPORTAGEM COMPLETA.

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Adolph Hitler observa obras de arte na "Schreckenskammer" ("câmara dos horrores"), precursora da grande exposição itinerante "Entartete Kunst" ("Arte Degenerada") em Dresden, em 17 de agosto de 1935 Foto: DIV

Vizinhos do massacre

O perturbador filme ‘Zona de Interesse’ mostra o horror nazista a partir da vida e da indiferença de uma família morando no ‘quintal’ de campo de concentração. O longa de Jonathan Glazer é baseado no livro de Martin Amis, e consegue provocar sugestões muito mais fortes do que imagens de violência. O cineasta apresenta telas completamente pretas, brancas ou vermelhas, junto às quais se escutam gritos de desespero e gemidos de dor. Para depois contrapôr as projeções com o cotidiano comum de uma casa suburbana. Exceto que ela fica adjacente à propriedade cercada por altos muros e cercas, de onde chaminés enormes despejam fumaça preta aos ares noite e dia. LEIA A CRÍTICA COMPLETA AO FILME.

Cena do filme Zona de Interesse, de Jonathan Glazer Foto: A24 Films
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