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'Os Três Mosqueteiros' estreia nos cinemas nesta quarta-feira

Longa foi inteiramente rodado em tecnologia 3D

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Por Flavia Guerra - O Estado de S.Paulo

LONDRES - Já diz a máxima que quando se trata de adaptar um livro para o cinema é melhor "esquecer" o original para melhor transportar a história para a telona. Quando se trata de renovar um clássico como Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, que já ganhou incontáveis versões para o cinema, o diretor Paul W. S. Anderson (de Resident Evil) faz questão de deixar de lado alguns detalhes do original de 1844 e adicionar alguns outros novos. O filme, que estreia amanhã no Brasil, foi totalmente rodado em tecnologia 3D; os cenários da lendária corte francesa do século 17 e da Torre de Londres são, na verdade, tesouros históricos da Bavária, na Alemanha; o elenco não é e nem fala francês. Os Mosqueteiros têm ares de estrelas de rock da época; D’Artagnan é americano (Logan Lerman), o cardeal Richelieu é vivido pelo alemão Christopher Waltz e Milady de Winter, vivida pela russa Milla Jovovich (mulher de Anderson), tem ares de Bond Girl. Sua personagem, aliás, não só é mestre da dissimulação como agente dupla capaz de fazer manobras dignas da heroína que a atriz vive em Resident Evil vestindo pesados vestidos barrocos.Além da luta para recuperar as joias da Rainha Ana, os quatro heróis tem de encarar o dândi Duke de Buckingham (Orlando Bloom), quer entrar em guerra com a França e possui uma arma tão letal quando futurista (ao menos para a época): navios voadores (ou zepelins pré-históricos?). "Os navios estão um século adiantados na história, é fato, porque surgiram depois, mas eles são incríveis e as cenas de ação com eles dão um ritmo mais incrível ainda ao filme, não?", diz Anderson ao Estado, em conversa durante o lançamento do filme em Londres na semana passada. É só um detalhe, entre outros: o Rei Luís XVIII da França (Freddie Fox) é um dândi naïf e afetado, mas é um cara simpático, e a bela Constance (amor de D’Artagnan) é solteira e não morre no final. Ao menos, não neste (talvez) primeiro filme. Haverá uma sequência de Os Três Mosqueteiros? "Depende do público. Se o público gostar, sim", responde um animado Anderson. Se depender do público alvo do filme, a sequência pode ser ótima pedida. Afinal, o clássico nasceu como uma trilogia e, ao longo da história, virou franquia até mesmo em desenho animado. "E é fato que esta é uma versão para o público teen. É o público que, como eu, cresceu até mesmo conhecendo bem a história dos mosqueteiros, mas não necessariamente leu o original."A análise é do novato Logan Lerman , de apenas 19 anos. Pode-se dizer que D’Artagnan é o protagonista da história? "Sim. É claro que os três mosqueteiros, mais velhos, estão em primeiro plano também, mas é a trajetória do D’Artagnan, é sua luta para se tornar adulto, ser um mosqueteiro, migrar de uma pequena vila e sobreviver na grande Paris, que o filme mostra", responde o jovem ator, que nasceu e vive em Beverly Hills.Já o trio "maduro" da trama, Ray Stevenson (Porthos), Luke Evans (Aramis) e Matthew Macfadyen (Athos) não acha que só os teens vao gostar do filme. "Todos lemos o livro na infância e queríamos ser um mosqueteiro, brincávamos disso na escola. Tantos os mais jovens quanto os mais velhos vão se identificar", disseram, em coro, ao Estado.Até mesmo as meninas? Com tantos "infográficos em 3D", cenas de ação e lutas? "Claro! Para começar, as mulheres não são meras mocinhas nesta história. E este é um dos pontos que a tornam tão incrível. Milady é uma mulher moderna, que vive aprisionada em um tempo em que as mulheres não podiam fazer muita coisa. Mas ela tem tanta atitude quanto as garotas de hoje", garantiu Jovovich, que para o papel teve de treinar três meses com pesados vestidos de época. "Além de pensar muito bem, ela luta muito bem. E eu pensava, mesmo com aqueles vestidos pesadíssimos, com o corset e tudo mais: se as mulheres da época conseguiam, eu também consigo."O fato é que Anderson conseguiu fazer um Três Mosqueteiros pós-moderno. "Sempre quis fazer um filme assim. É pura diversão", diz o diretor. E, de fato, se as sequências virão, o público, jovem, vai dizer.

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