Na noite deste domingo, 12, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas realiza o 95º Oscar, que tem o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo como o principal indicado e a indústria cinematográfica tentando deixar para trás “o tapa” da cerimônia do ano passado.
A cerimônia acontece, mais uma vez, no Dolby Theatre, em Los Angelesa partir das 21h (horário de Brasília) e será transmitido ao vivo pela TNT e HBO Max
O ator e comediante Jimmy Kimmel será o apresentador pela terceira vez – a última foi em 2018. Aquele foi o último ano em que o Oscar teve um mestre de cerimônias solo, depois disso, a festa ficou sem apresentador por vários anos. No ano passado Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes foram as anfitriãs.
Os dez longas que concorrem na categoria de melhor filme são: Nada de Novo no Front, Avatar: O Caminho da Água, Os Banshees de Inisherin, Elvis, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Os Fabelmans, Tár, Top Gun: Maverick, Triângulo da Tristeza e Entre Mulheres.
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‘Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo’ vence melhor filme
Sete Oscars no total para essa produção, digamos, estranha. Nada para Tár, nada para Fabelmans, nada para Triângulo da Tristeza e Banshees. Algo se move nas placas tectônicas do cinema, mas algo me diz que isso não é uma boa notícia. Enfim, há muito que analisar para entendermos alguma coisa desse Oscar tão esquisito e que, é uma hipótese, traduz, como sintoma, a profunda confusão mental do nosso tempo. É isso. Vamos pensar. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Harrisson Ford foi o responsável por subir ao palco para anunciar o prêmio de melhor filme, o último da noite. O ator aproveitou para fazer um convite para as pessoas voltarem aos cinemas. (Foto: Patrick T. Fallon/AFP)
Michelle Yeoh leva a estatueta de melhor atriz por ‘Tudo em todo Lugar ao Mesmo Tempo’
Pelos últimos informes de bastidores já era mesmo esperado. No entanto, essa edição do Oscar entra na história por outro motivo: pela grande injustiça feita a Cate Blanchett, notável pela sua interpretação como a regente Lydia Tár. Mas quem disse que para ganhar o troféu de melhor atriz basta ser a melhor atriz? (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Primeira atriz asiática a ganhar Oscar na categoria, Michelle Yeoh faz história. “Para todos os agarotos e garotas que parecem comigo”, disse no começo de seu discurso ao aceitar o prêmio.
Começam as últimas premiações... Brendan Fraser leva melhor ator
Melhor ator: ganhou Brendan Fraser por A Baleia, que era mesmo o favorito pelo trabalho incrível e que vai além da maquiagem. Ele empresta humanidade e complexidade ao personagem do professor e intelectual que sofre de uma terrível depressão e de uma obesidade mórbida. Prêmio bem dado. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão).
E agora vem a melhor direção
Daniel Kwan e Daniel Scheinert, de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo levam prêmio da categoria. Pelo jeito estamos diante de uma obra-prima... (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão).
Em seu discurso, Daniel Scheinert agradeceu aos pais por incentivarem sua criatividade e falou que drags não ofendem ninguém. O filme tem uma trama de combate à lesbofobia. Nos Estados Unidos, conservadores estão tentando proibir drag queens de se apresentarem para crianças.
Mais um Oscar para ‘Tudo em Todo Lugar...’
O prêmio de Montagem foi para Paul Rogers, de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. O filme vai assim pavimentando sua possível vitória. Pelo visto, os votantes entenderam que o filme é bem ajambrado e encontra alguma linha de coerência, mesmo atirando para todo o lado, no verso e no metaverso. Pois é. (Foto: Patrick T. Fallon/AFP) (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
John Travolta se emociona ao apresentar homenagem aos mortos
Como todo os anos, a academia fez uma homenagem aos trabalhadores da indústria, americana principalmente, que já morreram. A homenagem foi apresentada por John Travolta, que fez um texto recheado de saudades. O ator estava claramente emocionado ao falar. Travolta era muito amigo de Olivia Newton John, que morreu em 2022. Ela foi a primeira pessoa a aparecer na lista. Quem tocou e cantou durante a homenagem foi Lenny Kravitz, que apresentou a música Calling All Angels. (Foto: Patrick T. Fallon/AFP)
O oscar de Melhor som vai para...
Top Gun: Maverick. Eis aí um prêmio adequado para um filme de aventuras que depende dos efeitos sonoros para ser crível. Avião sem som não convence. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Já o de canção original foi para...
Melhor canção foi para “Naatu Naatu”, por RRR – Revolta, Rebeldia, Revolução (Índia). É um filme cheio de pulsão, mostrando uma história de revolta com estética de Bollywood. E quem conhece, sabe que a música tem uma função primordial nesses filmes indianos. Bacana. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Entre Mulheres vence...
O prêmio de melhor roteiro adaptado foi para Sarah Polley (Entre Mulheres, Canadá). Era também uma bola cantada. No entanto, achei as longas conversas, em ambiente único, bastante monótonas. É um tipo de filme necessário, que defende uma causa justíssima, a das mulheres, mas bastante deficitário em termos de realização cinematográfica. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Os Daniels ganham...
Melhor roteiro original vai para Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Daniel Kwan e Daniel Scheinert). Ok, o filme é o mais bem cotado para as principais premiações, que começam agora. Mas, na minha opinião, é um roteiro péssimo, desarticulado e anárquico, no mau sentido do termo. (Luiz Zanin Oricchio, especial para o Estadão)
Mamãe Rihanna no palco
Depois de se apresentar no Super Bowl, no início do ano, Rihanna voltou a subir ao palco, desta vez para apresentar Lift Me Up, música que concorre ao Oscar de melhor canção original. A disputa na categoria pode até parecer uma corrida pelo primeiro lugar na Billboard, já que também tem Lady Gaga. Antes de Rihanna cantar, uma atriz de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, fez uma breve homenagem a Chadwick Boseman, que interpretava o rei T’Challa no filme da Marvel. (Foto: Patrick T. Fallon / AFP)