AFP - Pedro Almodóvar é a estrela do Festival de San Sebastián nesta quinta-feira, 26, quando receberá o Prêmio Donostia por uma carreira célebre que o tornou o cineasta espanhol mais aclamado internacionalmente.
O cineasta nascido em La Mancha, que completou 75 anos na quarta-feira, 25, coincidindo com sua chegada à cidade do norte da Espanha, receberá o prêmio das mãos da atriz britânica Tilda Swinton em uma cerimônia na noite de quinta, com presença do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.
O Donostia é um dos poucos prêmios que faltam para Almodóvar, que tem dois Oscar, cinco Goya, cinco Bafta, quatro César e o Prêmio Nacional de Cinema da Espanha, entre muitos outros.
O último prêmio que ele ganhou foi o Leão de Ouro em Veneza, no início deste mês, por seu primeiro filme em inglês, The Room Next Door, estrelado por Swinton e Julianne Moore.
O festival basco agora presta homenagem ao cineasta com quem mantém uma relação próxima há décadas, durante as quais exibiu boa parte de seus quase trinta filmes em suas diferentes seções, como Carne Trêmula”, Tudo Sobre Minha Mãe, Fale com Ela, Má Educação e Volver.
O ator espanhol Javier Bardem e a atriz australiana Cate Blanchett também ganharam o Donostia nesta 72ª edição do evento, que termina neste sábado, 28.
Criado em 1968, o Donostia (nome basco de San Sebastian) já homenageou personalidades como Gregory Peck, Vittorio Gassman, Bette Davis, Lauren Bacall, Catherine Deneuve, Al Pacino, Meryl Streep, Robert de Niro, Ricardo Darín e Johnny Depp, entre outros.
Mike Leigh volta a trabalhar com Jean-Baptiste
Na disputa pela Concha de Ouro, o principal prêmio do festival, Hard Truths, do diretor britânico Mike Leigh, entrou na corrida na quinta-feira. Leigh volta a trabalhar com a atriz Marianne Jean-Baptiste depois de Segredos e Mentiras, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 1996.
Leigh, que é conhecida por retratar as dificuldades da vida comum da classe trabalhadora britânica, concentra-se em Pansy (Jean-Baptiste), uma mulher que vive com raiva e briga com seu dentista, seu médico ou uma vendedora de móveis, mas não consegue se comunicar com sua família.
Pansy é “um símbolo dos tempos difíceis em que estamos vivendo. Na verdade, para ser sincero, acho que a condição de Pansy (...), os problemas de Pansy, são universais”, disse Leigh em uma coletiva de imprensa.
“Ela precisa de ajuda, isso é absolutamente verdade, o que não fazemos no filme é dar essas respostas”, disse o cineasta britânico Leigh, que afirmou não estar procurando oferecer ‘conclusões confortáveis’ porque seu filme ‘não é um documentário sobre saúde mental’.
Para Jean-Baptiste, que foi indicado ao Oscar por Segredos e Mentiras, trabalhar com Leigh novamente “foi um presente”.
“Não conheço ninguém que trabalhe como ele. Ele ama os atores e os apóia. Ele é extremamente engraçado. E, na verdade, ele é muito atencioso. Sim, muito atencioso”, disse a atriz.
Prêmios
Hard Truths concorre com outros 15 filmes pelo prêmio principal de San Sebastian, incluindo Los destellos, da espanhola Pilar Palomero, Conclave, do alemão Edward Berger, On Falling, da portuguesa Laura Carreira, e Le dernier souffle, do grego Costa-Gavras.
Na seção Horizontes, que concede o prêmio para o melhor filme latino-americano, Maybe It’s True What They Say About Us, dos chilenos Camilo Becerra e Sofía Paloma Gómez, e La piel en primavera, da colombiana Yennifer Uribe Alzate, serão exibidos nesta quinta-feira.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.