Maior vitrine da produção brasileira, a Première Brasil do Festival do Rio, que começa no dia 25 de setembro, propõe para este ano seis longas de ficção e dez documentários em competição, mais cinco ficções e quatro documentários fora de concurso e a mostra Retratos, sobre grandes nomes da cultura nacional. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 29, e a diretora artística do evento, Ilda Santiago, ressaltou que a ênfase da lista deste ano está nos novos talentos. "Estamos investindo na renovação." Os veteranos não saem completamente de cena e a Première Brasil também não deixa de programar filmes essenciais por causa ineditismo. Veja também: Confira lista dos filmes da Première Brasil do Festival do Rio A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, já integrou a mostra competitiva do recente Festival de Gramado, mas estará no Rio com outro filme de estréia de ator na direção também produzido por Vânia Cattani, da Bananeira Filmes - Feliz Natal, de Selton Mello. Domingos Oliveira participa com dois filmes - Juventude, já exibido (e premiado) em Gramado, passa na competição; o inédito Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, fora de concurso. A lista completa dos longas de ficção concorrentes é a seguinte: A Festa da Menina Morta, Feliz Natal e Juventude, mais Apenas o Fim, de Matheus Souza; Rinha, de Marcelo Galvão; Se Nada Der Certo, de José Eduardo Belmonte; Verônica, de Maurício Farias; e Vingança, de Paulo Pons. O último, feito em digital e orçado em R$ 80 mil, passou em Gramado sem maior repercussão - de crítica ou público -, embora o objetivo do diretor Pons seja justamente o de fazer filmes baratos para o mercado. No Rio, é possível que Vingança obtenha uma repercussão maior, até porque a discussão de mercado é um dos fortes do festival, que promove seminários com técnicos e especialistas nacionais e estrangeiros. Embora a Première sinalize para os filmes que o público vai ver no fim do ano, ou no ano que vem, a lista é divulgada num momento de crise, quando os 22% da participação nacional no próprio mercado (em 2003) estão reduzidos para míseros 6,09% (neste ano). A redução do público atinge o mercado como um todo, mas o cinema brasileiro termina penalizado em dobro, já que o público, no limite, na hora de escolher, termina preferindo o blockbuster de Hollywood e não o filme nacional médio, que fica relegado ao circuito de arte. Falsa Loira, de Carlos Reichenbach, fez 9 mil espectadores e Nome Próprio, de Murilo Salles, está nos 25 mil, após a premiação em Gramado. Quantos selecionados da Première Brasil ficarão nesses números? E até que ponto é justo cobrar de filmes com indiscutível ambição artística apenas seu desempenho na bilheteria? Entre os documentários selecionados estão - Sentidos à Flor da Pele, de Evaldo Mocarzel; e Palavra EnCantada, de Helena Solberg. Entre as ficções, fora de concurso - Romance, de Guel Arraes; e A Erva do Rato, de Júlio Bressane.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.