Processo contra Roman Polanski por agressão sexual nos anos 1970 é arquivado

Cineasta não enfrentará julgamento após fazer acordo em caso de estupro de menor de idade, ocorrido nos anos 1970; ele fugiu dos Estados Unidos na época

PUBLICIDADE

Por Redação AFP (AFP)

LOS ANGELES - O diretor franco-polonês Roman Polanski, que fugiu dos Estados Unidos décadas atrás após admitir o estupro de uma menor de 13 anos, não enfrentará mais um julgamento por uma suposta agressão contra outra menor nos anos 1970, após chegar a um acordo, disse seu advogado nesta terça-feira, 22.

O último processo contra o diretor de O Pianista, que envolvia uma suposta agressão sexual em 1973, deveria ir a julgamento em um tribunal civil em Los Angeles em agosto do próximo ano, mas foi retirado, informou o advogado de Polanski nos EUA à AFP.

O diretor franco-polonês Roman Polanski em 2019, no festival de Deauville, na França. Após acordo, ele não será mais julgado em caso de estupro de menor de idade Foto: Loic Venance/AFP

PUBLICIDADE

O caso foi “resolvido no verão, de forma satisfatória para ambas as partes, e agora foi formalmente arquivado”, disse Alexander Rufus-Isaacs em um e-mail.

A ação, movida no ano passado, alegava que Polanski levou uma então adolescente para jantar em um restaurante em Los Angeles em 1973. Ele supostamente deu tequila para ela e, quando ela começou a se sentir tonta, a levou para sua casa, onde o cineasta a teria forçado a ter relações.

Publicidade

“Ela disse a ele: ‘por favor, não faça isso’”, afirmou a advogada da autora da ação, Gloria Allred, a jornalistas em março.

“Ela alega que ele ignorou seus pedidos. Ela também alega que o réu Polanski tirou as roupas da autora e a agrediu sexualmente, causando-lhe imensa dor física e emocional, além de sofrimento”, acrescentou.

O processo civil, que buscava reparar danos não especificados, foi iniciado em junho de 2023, pouco antes da expiração de uma lei da Califórnia que permitia uma janela estendida para denúncias contra supostos autores de crimes sexuais.

O diretor Roman Polanski não será mais julgado por estupro contra menina de 13 anos, nos anos 1970; após acordo, caso foi arquivado Foto: Loic Venance/AFP

Documentos judiciais apresentados na Califórnia em julho indicaram que um acordo “condicional” havia sido alcançado.

Publicidade

A advogada da suposta vítima não respondeu ao pedido de comentário da AFP nesta terça-feira.

Polanski, vencedor do Oscar e agora com 91 anos, é uma figura controversa: alguns no mundo do cinema exaltam seu gênio criativo, enquanto outros insistem em que ele sempre foi um predador sexual.

O diretor admitiu ter violentado Samantha Geimer, de 13 anos, em um acordo judicial em 1977 para evitar um julgamento por acusações mais graves.

No entanto, ele fugiu para a França no ano seguinte, após passar 42 dias na prisão, quando parecia que um juiz estava reconsiderando sua liberação.

Publicidade

Geimer posteriormente defendeu Polanski e, no ano passado, foi fotografada com ele.

Em maio deste ano, um tribunal francês absolveu Polanski em um caso de difamação da atriz britânica Charlotte Lewis, após ela tê-lo acusado de estuprá-la quando ela era adolescente.

O cineasta sempre negou as acusações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.