Talvez esteja no DNA da atriz, comediante, apresentadora e entrevistadora Regina Casé o talento para as comunicações. Seu avô, Ademar Casé (1902-1993), é o que se pode chamar de visionário, que se tornou um dos pioneiros do rádio e televisão no Brasil, como mostra o documentário "Programa Casé - O que a gente não inventa, não existe", que estreia em circuito nacional na sexta-feira. Dirigido pelo premiado curtametragista Estevão Ciavatta ("Nelson Sargento", de 1998), marido de Regina, o filme é um resgate apaixonado da história dessa figura das telecomunicações no país, cuja vida se confunde com a própria história do Brasil, por ter atuado num período de efervescência industrial e cultural. Ciavatta dá, na montagem assinada por Gian Carlo Bellotti e Joana Ventura, o fôlego que o filme precisa para não cair no marasmo de documentários discursivos ou laudatórios. A espinha dorsal do filme está numa entrevista do próprio biografado recuperada dos arquivos do Museu da Imagem e do Som (MIS). Nela, Casé revê sua história e trajetória. As falas são ilustradas de forma rica, com imagens de arquivos de instituições e da própria família Casé.