Sociedade Secreta tem apelo especial aos fãs dos seriados do canal Sony. O thriller adolescente, que garante todas as reviravoltas possíveis e imagináveis, promove um inesperado encontro entre o rebelde Pacey, de Dawnson´s Creek, e a intragável Brooke, de Popular. Ainda que a dupla não estabeleça química para segurar uma história de amor, o diretor Rob Cohen coloca Joshua Jackson nos braços de Leslie Bibb. Por sorte, o filme que estréia hoje está mais para o suspense do que para o romance. Para instigar a platéia, a produção anuncia logo na abertura que o roteiro buscou inspiração em uma tradição de mais de 200 anos em faculdades americanas como Yale e Harvard, que mantém elitistas sociedades secretas abastecidas a cada ano por talentosos jovens universitários. A vítima da vez - O roteiro enfoca que essas confrarias subterrâneas, de onde teriam saído três presidentes americanos, funcionam como maçonarias. O que significa dizer que sair de uma associação como essa (de preferência, vivo) é ainda muito mais difícil do que entrar. A vítima da vez é Luke McNamara (Joshua Jackson), um universitário de origem humilde que é recrutado para integrar uma sociedade chamada Skulls. Qualquer semelhança com o título da Skull and Bones (na tradução, crânios e ossos) da Yale não é mera coincidência. Passados alguns dias, Luke percebe que acabou de mergulhar em um pesadelo, apesar da pompa e dos presentes da sociedade (como carro luxuoso e generoso depósito em sua conta bancária). A situação se complica com o assassinato de Will (Hill Harper), o estudante de jornalismo e colega de quarto de Luke que inicia uma investigação sobre a sociedade. Para se livrar dos membros da confraria, Luke pede ajuda a Cloe (Leslie Bibb), garota riquinha por quem ele alimenta uma paixão secreta. Como não é de se estranhar em filmes hollywoodianos, o romance da dupla começa a florescer nas circunstâncias mais impróprias, como em uma conversa no banheiro. Mas, esquecida a fragilidade do roteiro e a incapacidade do elenco de transmitir emoções, o filme consegue instaurar uma permanente atmosfera de tensão. Vale lembrar que o espectador deve entrar na sala de cinema como quem liga a TV para uma Sessão da Tarde. É entretenimento barato. Nada mais.
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