Susan Sarandon diz que perdeu trabalhos por apoio à Palestina: ‘Fui usada como exemplo’

Atriz é conhecida pelo ativismo em prol de diversas causas sociais e tem sido forte crítica dos ataques de Israel na Faixa de Gaza

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Foto do author Gabriela Caputo

A atriz e ativista Susan Sarandon, 78, acredita que ter participado de protestos contra os ataques israelenses à Palestina na Faixa de Gaza afetou sua carreira em Hollywood. Em entrevista ao jornal britânico The Times, a americana revelou que perdeu trabalhos, perspectivas de papéis importantes e até mesmo seu empresário.

A atriz e ativista americana Susan Sarandon, 78 anos, mais conhecida por filmes como 'Thelma & Louise', 'Lado a Lado' e 'The Rocky Horror Picture Show'. Foto: @susansarandon via Instagram

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“Fui dispensada pela minha agência, meus projetos foram cancelados. Fui usada como exemplo do que não fazer se você quiser continuar trabalhando”, disse a atriz ao The Times. “Há tantas pessoas desempregadas agora desde novembro do ano passado... Que perderam seus empregos, como zeladores, escritores, pintores, pessoas que trabalham em refeitórios, professores substitutos que foram demitidos porque tuitaram algo, ou curtiram um tuíte, ou pediram por um cessar-fogo”, continuou ela.

Mais conhecida por filmes como The Rocky Horror Picture Show (1975), Thelma & Louise (1991) e Lado a Lado (1998), Susan venceu o Oscar de melhor atriz em 1996 por Os Últimos Passos de um Homem. Além do extenso currículo, ela também é ativista em prol de diversas causas sociais e forte crítica de figuras políticas como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o atual presidente americano Joe Biden e o presidente reeleito Donald Trump.

A atriz acabou se tornando uma forte voz hollywoodiana sobre o conflito em Gaza, tendo inclusive compartilhado nas redes sociais uma fala polêmica do presidente Lula, que utilizou o termo “genocídio” para caracterizar os ataques de Israel à Palestina.

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Susan participou de manifestações que pediam pelo cessar-fogo e rejeita a ajuda dos Estados Unidos à Israel e à Ucrânia. Durante um protesto em Nova York em novembro do ano passado, a atriz fez um comentário controverso, que teve alta repercussão. Em uma fala, disse que as pessoas estavam “com medo de ser judeus neste momento, e tendo uma ideia de como é ser muçulmano neste país, tão frequentemente sujeito à violência”. Ela posteriormente se desculpou pelo “erro terrível” e justificou que, na verdade, pretendia expressar preocupação com os ataques antissemitas.

A polêmica reforçou seu isolamento em Hollywood, levando ao abandono por seu agente e à dificuldade para estrelar filmes de estúdios tradicionais da indústria americana. Ao The Times, ela disse não saber se voltará a atuar tão cedo em produções de grande escala. “Nada em Hollywood”, frisou.

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