Voltada para a valorização do artesanato brasileiro, a Artesol prepara a feira “Arte dos Mestres” que será realizada a partir do dia 30, no espaço State, localizado na Vila Leopoldina. A mostra reunirá mais de 200 obras criadas por 20 artesãos de diversas regiões do Brasil, incluindo povos originários, quilombolas e outros grupos. Josiane Masson e Marco Pulchério assinam a curadoria da exposição, que acontece até dia 3 de setembro, paralelamente à SP-Arte.
A programação conta ainda com rodadas de bate-papo, abertas ao público, com os próprios artistas. Além disso, serão exibidos documentários que destacarão as histórias pessoais e profissionais dos artesãos, bem como suas contribuições para as comunidades onde residem e os conhecimentos técnicos que os tornam importantes para a preservação dessas tradições ancestrais.
A entidade, fundada por Ruth Cardoso há 25 anos, se preocupou em reunir na mostra artistas de diferentes territórios, linguagens e histórias. Entre os destaques, estão os trabalhos dos indígenas do Xingu, cuja produção inclui peças de uso cotidiano e sagrado. Um exemplo são as bejuzeiras, panelas gigantes usadas para o preparo do beju, um alimento essencial para subsistência deles. “Essas peças são pintadas com grafismos representativos da etnia, que além de belos, possuem múltiplos significados para esses povos”, diz Sônia Quintella, presidente da Artesol.
Outro destaque é a artista Sil de Capela, do agreste Pernambucano, aprendiz do mestre João das Alagoas. Ela chama atenção por esculpir referências culturais do sertão em esculturas sofisticadas usando barro. Já as peças do artista Thiago Amorim, de Olinda, trazem nos detalhes pássaros, peixes e mulheres.
A feira-exposição “Arte dos Mestres” tem entrada gratuita.
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