Apesar de buscar o apoio de Jair Bolsonaro para a reeleição, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), vai adotar comunicação bem diferente daquela empregada na campanha do ex-presidente em 2022.
O marqueteiro é o mesmo: Duda Lima, contratado pelo MDB no início deste mês. Mas os primeiros filmes publicitários assinados por ele associam o prefeito a agendas rechaçadas pelo bolsonarismo.
Em um dos vídeos que foi ao ar nos últimos dias na TV aberta, a coordenadora municipal de diversidade da legenda, Leo Áquilla, uma mulher trans, defende a gestão de Nunes e convida mulheres a se filiarem ao partido. “Junto com o prefeito Ricardo Nunes, as mulheres têm participado de muitas conquistas da nossa cidade”, diz. O gesto não foi em vão – a cidade tem a maior parada LGBTQIA+ do mundo.
A avaliação de auxiliares de Nunes é de que ele só teria a perder ao defender uma agenda conservadora em uma eleição na qual terá como principal adversário Guilherme Boulos (PSOL), um expoente da esquerda. Por isso, deve reforçar o caráter moderado e se vender como um político capaz de dialogar com diversos segmentos ideológicos.
A estratégia é corroborada pelo argumento de que, em 2022, Fernando Haddad e Lula lideraram as votações na capital paulista para as eleições a governador e a presidente, respectivamente.
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