‘Zorra’ troca bordões por humor real

Programa reformado pela Globo estreia com menos caricatura e mais externas, comportamento e política

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 Se você era da turma que ficava esperando o Zorra Total começar só para ver o travesti Valéria virar os olhinhos e clamar o bordão “Ai, como eu tô bandida!”, esqueça. A personagem de Rodrigo Sant’Anna não voltará ao ar tão cedo. Nem ele, desde que começou a gravar o novo humorístico, repetiu um só personagem até aqui. Do antigo programa, a Globo preserva parte do nome (o Total cai fora) e o elenco, agora acrescido de novos e ilustres nomes, como Dani Calabresa e Welder Rodrigues – protagonista do bordão “Foca em Mim”, do Tá no Ar: A TV na TV.

Outros atores do Tá No Ar serão vistos no novo Zorra, que estreia neste sábado, 9, e há mesmo quem diga que o programa denuncia algum parentesco com o outro, pois têm em comum a criação de Marcius Melhem e Maurício Farias. Melhem já disse que não é o bordão que determina a atualidade ou não do programa, citando inclusive o “Foca em mim” como indício de que a repetição nem sempre dispensa a surpresa sobre o que vai acontecer em cena. Mas a regra do novo Zorra é acelerar o passo, com maior número de quadros e esquetes mais curtas, mais vida real – um ponto de ônibus e um vagão de trem agora são de verdade, e não simulados em estúdio – e mais político, com situações de dia a dia capazes de gerar identificação no espectador.

Como eu tô bandida! Outros papéis para Rodrigo Sant'Anna Foto: TV Globo / Cynthia Salles.

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Para Rodrigo Sant’Anna, ícone da versão anterior, o desafio de ser engraçado é o que vale. “Como dizia o Chico (Anysio), não interessa o tipo de humor, interessa se é engraçado ou não”. Em entrevista ao Estado, o humorista disse que não estava cansado de fazer Valéria. E se o público tiver saudade? “Será uma saudade saudável, tudo tende ao desgaste quando se estende demais.” “Em princípio”, continua, “a política desse novo formato é a possibilidade de fazer várias coisas, sem um personagem fixo. É um humor mais realista, inspirado nesse cotidiano, nessa urgência, uma sátira mais do aqui e agora, com menos caricatura.”

O momento pede ainda que os atores evitem improvisos no script, a fim de “fazer a piada acontecer”, explica Rodrigo. No atual formato, a flexibilidade é menor. E, se antes a evolução do bordão dependia de o ator descobrir as nuances possíveis para o mesmo personagem, agora é tempo de perceber as sutilezas de cada situação em foco.

O cast conta ainda com Paulo Silvino, Fabiana Karla, Thalita Carauta, Nelson Freitas, Antonio Pedro. Agildo Ribeiro, Tadeu Mello, Roberto Guilherme, Tony Tornado, Georgiana Goes, Carol Portes, Nizo Netto, Anselmo Vasconcellos, João Carlos Barroso, Renato Rabelo, Débora Laham, Luís Miranda, Augusto Madeira e Antonio Fragoso.

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