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Dakota Johnson tem uma mensagem para as meninas na estreia de ‘Madame Teia’: ‘Assumam seus poderes’

A atriz, conhecida também por seu papel em ‘Cinquenta Tons de Cinza’, veio ao Brasil para divulgar o novo filme do universo Homem-Aranha, que aposta no protagonismo feminino e lança quatro novas super-heroínas

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Foto do author Roberta Jansen

O crescente clube das super-heroínas do cinema ganha nada menos que quatro novas integrantes com o lançamento, nesta semana, 15, de Madame Teia, de J.S. Clarkson. O novo filme do universo do Homem-Aranha da Sony aposta no protagonismo feminino apresentando várias heroínas de uma só vez: a Madame Teia do título, claro, e mais três jovens aprendizes de mulheres-aranhas.

Madame Teia apareceu pela primeira vez nas histórias em quadrinho na década de 1980. Ela é apresentada como uma mulher mais velha e sábia, presa a uma cadeira de rodas, que, além de conseguir prever o futuro, atua como uma espécie de mentora para outros personagens.

Dakota Johnson, no Rio de Janeiro; atriz veio ao Brasil para divulgar a estreia de 'Madame Teia' Foto: Renan Olivetti

Além disso, ela é o elemento comum a todos os multiversos, ela conecta todas as aranhas. A proposta do novo longa é contar a origem da personagem na forma de um filme de aventura para adolescentes com uma forte pegada feminista.

Mensagem para jovens mulheres

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O filme apresenta a história de Cassandra (uma das mais conhecidas profetisas da mitologia grega) Webb (teia, em inglês), vivida pela atriz Dakota Johnson, uma paramédica de Nova York que, depois de sofrer um acidente, se descobre clarividente. Cassandra é encarregada de proteger três jovens, cujas vidas são ameaçadas pelo vilão do filme, uma espécie de Homem-Aranha do mal; por sinal, um dos poucos homens em cena.

Enquanto protege as adolescentes do vilão aracnídeo, ela aprende a controlar sua clarividência, transformando-a em um superpoder. Conforme o filme avança, ela também ajuda as jovens a perceberem e desenvolverem seus próprios poderes para se tornarem mulheres-aranhas. “Vocês sempre foram muito mais poderosas do que imaginavam”, diz Cassandra, na última cena do longa, resumindo a mensagem do filme.

Dakota Johnson em cena de 'Madame Teia'. Foto: Sony Pictures/Divulgação

“Acho que essa é uma mensagem muito positiva para as jovens”, afirmou Dakota, de 34 anos, que esteve no Rio de Janeiro para o pré-lançamento do filme. “De que elas devem ser corajosas para assumir seus poderes.”

As jovens são vividas pela americana Sydney Sweeney (das séries Euphoria e The White Lotus), a queniana Celeste O’Connor e a peruana Isabela Merced. O franco-argelino Tahar Rahim completa o elenco, encarnando o vilão. Além da mensagem feminista, o filme aposta na diversidade.

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Dakota Johnson no cinema

Filha dos atores hollywoodianos Melanie Griffth e Dom Johnson, Dakota fez sua estreia no cinema aos dez anos de idade. Aos 34 anos, ela já esteve em mais de 20 filmes, mas foi alçada à categoria de estrela depois de participar da trilogia 50 Tons de Cinza, baseada nos livros da escritora britânica E.L. James, em que interpreta a estudante de literatura Anastácia Steel, que se envolve em um relacionamento sadomasoquista com o milionário Christian Grey.

É a primeira vez que Dakota Johnson encarna uma super-heroína. Na verdade, é o primeiro filme de ação da atriz. “Nunca pensei que estaria em um filme de super-herói”, contou Dakota. “Mas foi muito divertido, adorei a personagem e tudo o que ela representa. Foi como participar de uma grande aventura.”

Cena de 'Madame Teia', que chega aos cinemas nesta quarta-feira, 14. Foto: Sony Pictures/Divulgação

Ela contou que estranhou um pouco o fato de gravar, pela primeira vez, com a tela azul ao fundo – em que posteriormente os efeitos especiais são trabalhados. A atriz disse que está acostumada a interagir com pessoas e objetos reais, em cenários de verdade, e que é preciso usar a imaginação para filmar com a tela azul. “Mas isso acaba sendo divertido também.”

Dakota dispensou os dublês em praticamente todas as cenas de ação; exceto as que representavam algum perigo real. Ela mesma dirigiu a ambulância da paramédica Cassandra e outros dois carros, depois de passar por um treinamento especial.

Insatisfação de fãs ‘tradicionais’

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Com uma sólida carreira nos streamings, a diretora J.S. Clarkson faz sua estreia na telona. Nós últimos anos, ela assinou a direção de episódios de séries famosas, como Ugly Betty, Bates Motel, Orange is the New Black, Anatomia de um Escândalo e Succession, além de Jessica Jones e The Defenders – as duas últimas baseadas também em personagens do universo Marvel. Clarkson assina ainda o roteiro do novo filme, juntamente com Claire Park.

A diretora também esteve no Rio de Janeiro antes do carnaval para o pré-lançamento do filme. Ela contou que gosta de trabalhar com personagens secundários do universo Marvel.

“É legal porque há mais coisas a explorar”, afirmou. “Não tenho a obrigatoriedade de seguir na linha de algo que já foi feito antes. E a clarividência é um superpoder tão interessante porque as mulheres têm essa coisa de intuição, sexto sentido, achei interessante explorar isso como um superpoder.”

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Dakota Johnson é Cassandra Webb em 'Madame Teia'. Foto: Sony Pictures/Divulgação

Os fãs mais tradicionalistas do Homem-Aranha torceram o nariz antes mesmo de ver o filme. Madame Teia ainda estava em pós-produção e já era duramente criticado na blogsfera, sobretudo pela escolha da personagem principal e da atriz escolhida para interpretá-la, que seria muito jovem. Quando o trailer foi lançado, no fim do ano passado, foi mais uma saraivada de críticas e memes. É pouco provável que eles mudem de ideia depois de verem o filme.

Desde que a Sony fez um acordo com a Marvel pelo qual ela pode fazer filmes com os personagens secundários do universo do Homem-Aranha (mas não com o próprio), o fã clube do super-herói não aprovou nenhuma das produções, caso de Venom 1 e 2, de Rubem Fleischer e Andy Serkis, respectivamente, e de Morbius, de Daniel Espinosa. Não deve ser diferente agora.

“Todos os filmes da Sony padecem do mesmo mal”, resume Filippo Pitanga, professor da Academia Internacional de Cinema (AIC) e curador do Festival Internacional de Cinema Fantástico, Cinefantasy. “A história de todos esses personagens depende de uma estrutura principal, que é o Homem-Aranha, que não aparece nos filmes por restrições contratuais. Além disso, os vilões não são bem desenvolvidos, os personagens são rasos.”

Pitanga admite, no entanto, que há muita misoginia e preconceito entre os fãs mais tradicionais do Homem-Aranha. “O machismo estrutural é uma questão problemática na cinefilia nerd; o preconceito não é nada sutil”, afirmou o especialista. “Como o filme traz um protagonismo feminino forte, talvez o ‘nerd’ clássico não esteja acostumado a ceder espaço, abrir mão de privilégios.”

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