Duas histórias de amor conduzem o novo Nasce uma Estrela. A primeira é entre Ally (Lady Gaga) e Jackson Maine (Bradley Cooper). A segunda, entre as duas funções de Bradley no filme - ator e diretor -, um arranjo certeiro capaz de renovar um enredo que existe desde os anos 1930, quando a primeira versão do longa-metragem foi lançada.
Na época, Janet Gaynor e Fredric March, as estrelas principais, deram vida a um inocente romance, cercado pelos sonhos e vícios típicos de Hollywood. O filme já está na terceira versão, após um remake lançado em 1954 e outro, com Barbra Streisand, em 1976.
O mesmo cenário de glamour e decadência acompanha a nova produção - desta vez, no universo musical. Ally é uma aspirante a cantora que se apresenta em um bar de drag queens. Jack, famoso cantor e compositor americano, começa a encarar o declínio da própria carreira assim que problemas na audição e episódios frequentes de alcoolismo passam a ameaçar seu desempenho.
Após um de seus shows, Jack procura um lugar qualquer para beber e se encanta por Ally - e sua voz - ao ouvi-la cantar ('La Vie en Rose', de Édith Piaf, que Lady Gaga interpreta com extrema sedução e bom humor).
O envolvimento amoroso é instantâneo, assim como a ascensão de Ally nos palcos ao lado do parceiro. E, se, no início, o artista surge como grande aliado na evolução da cantora, logo é ela quem passa a servir de amparo, à medida que Jack se entrega aos próprios fracassos e compulsões. Humberto Abdo
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.